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A Alegria do Amor



O papa Francisco publicou, no dia 8 de abril, sua segunda exortação apostólica que, como a primeira (Alegria do Evangelho), também traz a palavra alegria em seu título: Alegria do amor. O documento é bastante extenso. Isso se deve, segundo o próprio papa, à complexidade do tema. Por isso, a recomendação de que não se faça uma leitura “geral e apressada” da Exortação, que se aprecie “pacientemente uma parte de cada vez” ou se procure nela o que cada um precisa “em cada circunstância concreta”.

Com nove capítulos, Alegria do Amor é marcadamente pastoral tanto na linguagem quanto no conteúdo. O primeiro capítulo recolhe as principais passagens bíblicas sobre o matrimônio, enquanto o segundo aponta a realidade e os desafios das famílias. O capítulo terceiro destaca a vocação da família a partir de Jesus Cristo e do ensinamento da Igreja.

O quarto capítulo é uma obra prima sobre o amor no matrimônio. Sua leitura e meditação são obrigatórias para nossos grupos da Pastoral Familiar, dos movimentos que trabalham com a família, dos casais e dos namorados. De forma paternal, o papa descreve as características do amor, conforme São Paulo na carta aos Coríntios, e aprofunda o que é o amor na vida conjugal.

O capítulo quinto continua a reflexão sobre o amor na perspectiva de seu fruto mais belo: a vida. “O amor sempre dá vida” (n. 165). Eis uma reflexão importante para os tempos atuais em que a vida é banalizada e, muitas vezes, descartada. Em seguida, o papa aponta algumas perspectivas pastorais (capítulo 6), começando pela necessidade de anunciar o evangelho da família e ajudar os jovens a se prepararem para a nobre vocação matrimonial. Este capítulo será fonte de reciclagem para nossas equipes de preparação dos noivos para o casamento. Já a educação dos filhos, tema cada vez mais urgente numa sociedade plural e sem limites, é objeto do sétimo capitulo.

O que mais chamou a atenção da imprensa, no entanto, foi o capítulo oitavo por tratar das “chamadas situações irregulares” em que se encontram inúmeros casais, filhos da Igreja. É interessante que esta expressão é usada pelo próprio papa que coloca a palavra “irregular” entre aspas (cf. n. 297). Para tais situações, o papa propõe o caminho do acompanhamento, do discernimento e da integração. Esta última parece ser a palavra-chave. Segundo Francisco, o caminho da Igreja é o mesmo de Jesus: misericórdia e integração. “O caminho da Igreja é o de não condenar eternamente ninguém; derramar a misericórdia de Deus sobre todas as pessoas que a pedem com coração sincero” (n. 296).

O último capítulo trata de outra questão fundamental para a vida matrimonial: a espiritualidade conjugal e familiar. Na leitura da Alegria do Amor, é bom ressaltar ainda duas coisas. Primeiro, a citação abundante da palavra dos dois sínodos que refletiram o tema. Segundo, algumas notas de rodapé que explicam o texto e nos ajudam a ler suas entrelinhas. Boa leitura para todos/as.

Pe. Geraldo Martins

Coordenador de Pastoral

 

 


Post date: 2016-05-21 09:29:53
Post date GMT: 2016-05-21 12:29:53
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