Arquidiocese de Mariana
Atingidos pelo Rompimento das Barragens

26/abr/2016
O presbítero e a misericórdia

O 26° Encontro Arquidiocesano de Presbíteros e Diáconos, realizado de 7 a 10 de março deste ano, teve como destaque o Ano da Misericórdia, aberto pelo papa Francisco em dezembro do ano passado. Assessorado pelo padre Roberto Natali, o encontro nos proporcionou fazer uma leitura da misericórdia de Deus a partir de nosso ministério.

O tripé posto para a vivência do Ano da Misericórdia, recordado pelo assessor, – Porta Santa, Peregrinação e Indulgência – fez-nos refletir, por um lado, sobre os vários meios de que Deus se serve para nos comunicar sua misericórdia. Por outro lado, ajudou-nos a perceber esse ano como um tempo especial de graça na vida dos cristãos e cristãs. Assim, todos são convidados a passar pela “Porta da Misericórdia”. Quem a atravessa tem a oportunidade de “experimentar o amor de Deus que consola, perdoa e dá esperança”, como nos ensina o papa Francisco na Bula Misericordiae Vultus (MV, 3).

Causou forte impacto o questionamento feito pelo assessor a respeito das portas fechadas de nossas igrejas. Esta prática dá a ideia de que o coração da Igreja está fechado. É claro que há explicações para isso como, por exemplo, a questão de segurança. Outro desafio são as taxas cobradas para a visitação de igrejas históricas, por exemplo. Ainda assim, somos chamados discutir a possibilidade de abrir as igrejas ao longo do dia. Faz toda a diferença chegar numa praça e ver que a igreja está com as portas abertas. A esse respeito, o papa Francisco nos interpela ao afirmar que a Igreja é chamada a ser sempre a casa aberta do Pai. “Um dos sinais concretos desta abertura é ter, por todo o lado, igrejas com as portas abertas. Assim, se alguém quiser seguir uma moção do Espírito e se aproximar à procura de Deus, não esbarrará com a frieza de uma porta fechada” (EG 47).

Passar pela Porta Santa exigirá uma peregrinação que, de acordo com o papa, é ícone do caminho que cada pessoa realiza na sua existência. “Para chegar à Porta Santa, será necessário fazer uma peregrinação. Esta será sinal de que a própria misericórdia é uma meta a alcançar que exige empenho e sacrifício. A peregrinação há de servir de estímulo à conversão”. A peregrinação nos levará à Porta da Misericórdia. E, ao atravessá-la, seremos abraçados pela misericórdia de Deus e “nos comprometeremos a ser misericordiosos com os outros como o Pai é conosco”.

Nossa meta é alcançar a especial graça de Deus que revela sua indulgência por todos os seus filhose filhas. Indulgência nada mais é que “experimentar a santidade da Igreja que participa em todos os benefícios da redenção de Cristo para que o perdão se estenda até as últimas consequências aonde chega o amor de Deus” (MV, 22). Trata-se de uma visão nova que o papa traz sobre a indulgência que será oferecida a todos que se dispuserem a viver de forma intensa o jubileu da misericórdia. Para tanto, os padres devemos dedicar especial atenção ao sacramento da confissão, lembrados de que somos chamados “a ser sempre e por todo o lado, em cada situação e apesar de tudo, o sinal do primado da misericórdia” (MV, 17).

Pe. Geraldo Martins

Coordenador de Pastoral

   

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