Na Celebração de Ação de Graças por seu Jubileu de Ouro de Ordenação Sacerdotal, em Aparecida, no dia 13 de agosto de 2017, Dom Geraldo Lyrio Rocha fez a seguinte homilia:
Acompanhado por uma grande romaria da Arquidiocese de Mariana-MG, com mais de 7.200 pessoas, 136 ônibus e vários outros veículos, mais de 100 padres, vários diáconos, todos os seminaristas de nossa Arquidiocese, muitos amigos e familiares vindos do Estado do Espírito Santo e de outros Estados, contando também com a presença dos Senhores Prefeito e Presidente da Câmara Municipal de Mariana, venho à Casa da Mãe Aparecida para render graças a Deus pelos 50 anos de minha Ordenação Sacerdotal. Com Maria, louvo e bendigo a Deus pelo dom precioso do sacerdócio que, sem nenhum merecimento de minha parte, me foi concedido, não para meu proveito próprio, mas, para servir à Igreja e à humanidade.
Ao mesmo tempo, a Arquidiocese de Mariana vem agradecer à Mãe querida, a visita de sua imagem que peregrinou por todas as nossas paróquias, na comemoração do tricentenário do encontro da imagem venerada neste Santuário Nacional. Esta romaria arquidiocesana constitui-se também num marco significativo no Ano Mariano que estamos celebrando no Brasil e no Ano da Vocação Sacerdotal em nossa Arquidiocese, de 15 de agosto de 2016 a 15 de agosto de 2017, na comemoração do Jubileu de Ouro de minha Ordenação.
São grandes os laços que ligam Mariana a Aparecida: Como sabemos, o encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição, nas águas do Rio Paraíba do Sul, se deu quando os pescadores Filipe Pedroso, Domingos Garcia e João Alves foram à procura de peixes para o almoço a ser oferecido ao Conde de Assumar. Ele era governador das Capitanias de Minas Gerais e São Paulo. Estava em viagem, regressando de São Paulo e seguindo para Mariana, que era a sede do governo dessas duas Capitanias e onde residia o Conde. Além disso, “é no seio da Vila do Ribeirão do Carmo (posteriormente denominada Mariana) que Dom Frei João da Cruz, Bispo da Diocese do Rio de Janeiro, que abrangia toda a Capitania de São Paulo e quase toda a de Minas, a 5 de maio de 1743, assina o decreto canônico, erigindo a capela de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, que daria lugar, mais tarde, à Basílica Nacional da celeste padroeira do Brasil.
Coincidentemente, dois anos mais tarde, achando-se novamente em Mariana, o mesmo Bispo Dom Frei João da Cruz, em preparativos para a criação desta Diocese, e ciente de já haver sido edificada a capela de Aparecida, autorizou, por Provisão de 22 de maio de 1745 a sua bênção litúrgica e o culto divino na mesma” (Cf. OLIVEIRA, Oscar. Virgem Maria: Mãe de Deus e Mãe dos homens. Mariana: Editora Dom Viçoso, 1968, p.151).
O evangelho há pouco proclamado nos leva a compreender que, na travessia do lago de nossa existência, tanto no exercício do ministério sacerdotal, na vida em família e em todas as situações, bem como na vida da própria Igreja, estamos sujeitos a enfrentar grandes tempestades na noite escura, como aconteceu com os discípulos de Jesus, no barco frágil agitado pelas ondas e ventos contrários. Mas, não há lugar para o medo, pois, mesmo que seja na madrugada, o Senhor Jesus vem ao nosso encontro. Nós é que às vezes não o reconhecemos imediatamente, como aconteceu com os discípulos. Também a nós, o Senhor dirige a mesma palavra: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” (Mt 14,27). Temos consciência de que, somente com nossas forças, não conseguimos vencer as grandes ondas e os fortes ventos. Como Pedro, nós clamamos: “Senhor, salva-me”! Também a nós o Senhor Jesus estende a mão e, quando Jesus entra no barco de nossa vida, o vento e as ondas se acalmam.
Hoje comemoramos também o Dia dos Pais. Nossas famílias vivem as turbulências do momento atual. Que o Senhor lhes estenda a mão para acalmar as tempestades que as envolvem e elas sejam verdadeiros santuários da vida, autênticas igrejas domésticas e escolas de virtudes humanas e cristã.
Agradeço a Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Aparecida, por me conceder a honra de presidir à Santa Eucaristia nesta Catedral Basílica.
A Palavra de Deus que nos é transmitida nos leve a reconhecer o Senhor Jesus que vem ao nosso encontro; e o Pão Sagrado da Eucaristia que repartimos neste altar nos dê coragem nas tempestades da vida. Que a Virgem Aparecida nos cubra com seu manto para nos proteger dos perigos e nos livrar do naufrágio.
Amém!
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