Pe. Geraldo Martins
Nossa Arquidiocese, com alegria, une-se ao seu arcebispo, Dom Geraldo Lyrio Rocha, para elevar a Deus a mais fervorosa ação de graças pelos 50 anos de sua ordenação sacerdotal, celebrados em 15 de agosto. A vida e o ministério presbiteral de Dom Geraldo são dádiva divina não só para as dioceses que serviu, mas para toda a Igreja no Brasil, que o tem como referência de pastor dedicado, liturgista exemplar e servidor abnegado.
Como pastor, Dom Geraldo prima pelo cuidado de seu rebanho, desdobrando-se em atenção a todos. Extremamente organizado, sabe valorizar as instâncias de participação, numa demonstração de respeito profundo aos ministros ordenados, aos religiosos(as) e aos cristãos leigos e leigas. Impressiona sua capacidade de ouvir e de discernir, tomando as decisões de maneira colegiada, fazendo de nossa Arquidiocese uma Igreja sinodal, como pede o Papa Francisco.
Suas visitas pastorais, momento maior de sua proximidade com o povo de Deus, são marcadas pela espontaneidade e alegria, oportunizando melhor conhecimento das paróquias e de suas lideranças. Nessas ocasiões, arriscaria a dizer, é quando mais percebemos sua “obra de evangelista”.
Seu amor à liturgia vem da alegria de ser pastor. Responsável por esse Setor na CNBB por muitos anos, tornou-se referência de liturgista para a Igreja no Brasil. Sereno, tranquilo e prudente, dá exemplo de como tornar a liturgia solene sem que isso signifique exuberância e luxo. Suas orientações, precisas e seguras, apontam para uma liturgia que revela o mistério celebrado, ligando a fé com a vida. Animador de uma Igreja toda ministerial, incentiva as comunidades a celebrarem o Dia do Senhor sob a presidência dos leigos, numa demonstração de reconhecimento da importância e do valor dos ministérios que a Igreja lhes confia. Ao mesmo tempo, tem especial atenção às vocações sacerdotais, com presença paterna em nossos seminários.
Não passam despercebidos de Dom Geraldo o sofrimento e a luta dos mais pobres. É conhecido seu posicionamento profético e corajoso em relação aos desmandos políticos, à falta de ética, à corrupção e a tantos outros sinais do antirreino, seja como presidente da CNBB, seja como arcebispo de Mariana. O exemplo mais recente é sua posição clara e firme na defesa dos direitos dos atingidos pelo rompimento da barragem de rejeitos da Samarco Mineração, ocorrido em 5 de novembro de 2015, provocando o maior crime ambiental do Brasil e um dos maiores do mundo.
Há 50 anos, dos quais dez em Mariana, Dom Geraldo faz “obra de evangelista”, nutrindo aqui profundo respeito à vida e obra de Dom Luciano, seu antecessor, ganhando, também por isso, toda nossa admiração. Obrigado, Dom Geraldo, por sua obra de evangelista junto de nossa Igreja particular!