500 anos de reforma

04/11/2017 às 17h25

          O mundo relembra o dia em que o monge agostiniano, Martinho Lutero ( 1483-1546), afixou 95 teses na porta da catedral de Wittemberg, na Alemanha,  condenando a venda de indulgências naquelas épocas da história medieval. Aquele castelo iria ruir com a Igreja milenar e a destruiria? O que se poderia imaginar a partir de então?

           A imprensa, inventada naquele tempo, estenderia o comunicado aos demais povos. Outros reformadores, como Francisco de Assis, Francisco Xavier, Tereza Dávila, Afonso de Ligório, Inácio de Loyola, Vicente de Paulo  e tantos outros preferiram uma restauração por dentro para que a missão externa efetivasse o interior da raiz que se propunha. Houve muitos erros do passado por causa da humanidade contingente de todos. Quem não erra no emaranhado do mundo que desvirtua pensamentos levados à luxúria,à  politicagem e ao  jogo sujo do poder com golpes de toda as espécies?! O Brasil, há pouco mais de 500 anos de história, tem muito a rever  de seus maus dias de constituição. O que não dizer dessas reformas propostas por um governo que não olha para o povo, para o pobre, trabalhadores, negros, jovens, para a realidade rural, mulheres e desassistidos do SUS  e das políticas públicas?

            O entreguismo, privatizações escusas, como aconteceram nos tempos  “fhaceanos”, colocam o país na dependência  das megaempresas transnacionais e internacionais. Os recursos naturais, florestais, submarinos, terrestres e aéreos estão sendo manipulados e extintos em nome de uma economia burra que vende a nação e fica de joelhos diante dos grupos empresariais. A imprensa, nas suas múltiplas faces, faz o jogo do “status quo” da dominação. E tudo isso pede uma reforma ampla na política do poder e na democracia com a participação consciente do povo.

             O Papa Francisco tem sido um grande “reformador” na caminhada eclesial. Ao  propor uma “ Igreja em saída e de portas abertas”, ele anuncia a alegria do Evangelho para os povos e culturas. Luteranos e católicos têm dado passos de diálogo e crescimento. O documento “Do Conflito à Comunhão” destaca a participação do pontífice  na celebração,  no espaço interno da catedral de Lund ( Suécia ), dia 31 de novembro de 2016. Várias declarações em conjunto entre luteranos e católicos foram assinadas. O respeito à identidade cristã e religiosa evidencia a particularidade das ideias e a força da capacidade de entendimento.

            Não se pode julgar o passado com o olhar do presente. Isso é princípio do olhar da História. Cada tempo merece ser estudado no contexto e realidade que lhe aprazem. Deve-se tomar cuidado com as críticas negativas que se fazem  ao passado histórico dos povos, religiões e igrejas para não sermos injustos com a vida que se desenrola. Como também,  não se pode usar a religião ou a política  para matar, destruir e manipular consciências em nome da Bíblia ou das tradições. Fé e vida nos fortalecem na luta pelas verdadeiras reformas religiosas e ou políticas que são essenciais para a existência humana.


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