Entre os dias 3 e 5 de novembro, a Arquidiocese de Mariana sediou o 4º Seminário da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, promovido pela Comissão de Meio Ambiente da Província Eclesiástica de Mariana. Realizado na Escola Família Agrícola Paulo Freire, de Acaiaca, o seminário reuniu cerca de 90 participantes, entre eles representantes das dioceses da Província e lideranças e movimentos ligados a questão ambiental.
Segundo um dos representantes da Comissão do Meio Ambiente da Arquidiocese de Mariana, Whelton Pimentel de Freitas, a data do seminário foi escolhida em memória aos dois anos da maior tragédia socioambiental do país. "Mantivemos essa data simbólica justamente para que a gente possa fazer uma reflexão e resistir as formas de morte, em defesa da vida. Esse seminário primou por trazer o testemunho daqueles atingidos que não foram atendidos, nem reparados nos seus danos, constatando dois anos de impunidade".
No domingo (5), os participantes estiveram em duas celebrações realizadas nas comunidades atingidas para reafirmar a luta pelos direitos dos atingidos: às 10h em Barra Longa e às 13h em Bento Rodrigues. Às 17h, eles participaram da caminhada pelas ruas de Mariana, que antecedeu a celebração presidida pelo arcebispo de Mariana, Dom Geraldo Lyrio Rocha. No sábado, os participantes tiveram a oportunidade de ler, em primeira mão, a Declaração dos Bispos das Dioceses da Bacia Hidrográfica do Rio Doce.
Além das mesas de debate e testemunhos, o seminário também teve o objetivo de fortalecer a organização do Fórum Permanente da Bacia do Rio Doce, implementado no 3º Seminário realizado no ano passado em Governador Valadares. Divididos por dioceses, os participantes levantaram algumas propostas, entre elas estão: organização de assessoria técnica para acompanhamento contínuo dos atingidos; criação de plataforma de comunicação; efetivar as Comissões de Meio Ambiente nas dioceses; fazer um mapeamento das microbacias nas dioceses que compõem toda a extensão da Bacia do Rio Doce, atentos às atividades que degradam o meio ambiente, como mineração, monocultura, desmatamento e manejo animal e ao tratamento de resíduos sólidos, de água e esgoto, plantio de água e protótipos de regeneração.
Em grupos, as dioceses também debateram como desejam ver a Bacia do Rio Doce. "Uma Bacia limpa, recuperada e revitalizada, com a participação ativa dos movimentos, Codemas, comitês e outros para um melhor resultado em sua revitalização humana, social e ambiental", diz a carta resumo do encontro.
3ª Romaria das Águas e da Terra
Em preparação para a 3º Romaria das Águas e da Terra, os grupos das dioceses de Caratinga, Coronel Fabriciano - Itabira, Mariana e Governador Valadares sugeriram temas e lemas para votação. A decisão final será feita na próxima reunião, agendada para o dia 30 de novembro, de 9h às 12h, no Centro Regional de Pastoral, em Ponte Nova. A 3º Romaria das Águas e da Terra acontecerá no dia 3 de junho de 2018, em Ponte Nova.