A Arquidiocese de Mariana, mais uma vez, realiza o Grito dos Excluídos, no dia 7 de setembro, data importante de nossa história, porque lembra a “independência” brasileira do império português. Vê-se que nosso país cresceu bastante na luta por democracia, soberania e direitos humanos, sociais, ambientais e na almejada liberdade econômica. Contudo se subjuga ao imperialismo norte-americano e aos interesses de seus aliados que domesticam os países pobres e em emergência. A mídia dominante, a serviço dos escusos poderosos dos tempos atuais, se faz sem escrúpulo para visar ao sempre “status quo” da prepotência. Golpes à democracia, com esdrúxulas razões jurídicas, levam o povo a achar que está tudo correto no “quartel de abranches” . O silêncio das massas é fortalecido pelas ondas e alaridos do poder que sobrepuja os incautos, indecisos e ignorantes da realidade.
O Grito dos Excluídos, neste ano, vem confirmar e discutir a palavra do Papa Francisco:
“ Este sistema é insuportável porque exclui, degrada e mata”. A sustentabilidade do planeta corre riscos ocasionados pela forma como se destrói o mundo, a natureza e a vida humana. Na economia, a especulação financeira em detrimento dos pobres. Uma minoria cresce sem ética de fraternidade humana. A injustiça social fabrica a exclusão e a marginalidade. A concentração cria não somente pobrezinhos, mas “super-fluos”, “descartáveis”, o “não ser”. É ameçada a biodiversidade, em nome da produção, da tecnologia perniciosa ao meio ambiente, gerando extinção de espécies. A terra não é tratada como mãe, como pensam e vivem os povos indígenas, e está sendo, cada vez, degradada e destruída em todas as formas vitais. Soma-se a esse lamaçal o aquecimento global com aumento da temperatura da terra. Quem mais sofre com as mudanças climáticas? A continuar essa mentalidade e prática avassaladora, como será o futuro se o presente já está se acabando?
Este sistema não garante terra, teto e trabalho para a humanidade, como exige e prega o Papa Francisco. É preciso superar esse modelo sociopolítico e econômico que originou a cultura do poder excludente. Despertar a consciência e as ações em favor da vida, da moradia, da saúde e de toda a dignidade humana. Continuar combatendo a corrupção que é o câncer da politicagem e da impunidade. Não se podem perder as conquistas sociais que abriram espaço para os empobrecidos e excluídos. Participar do Grito é levantar a bandeira da cidadania que não tem partido dominante de nenhuma das esferas atuais. É ser livre para expressar o anseio do povo, dos excluídos que ainda restam para ecoar a justiça social e a paz da utopia que não morre, apesar de tantas perseguições à democracia. Valorizar a vida e trabalhar pelas causas humanas e ambientais é propósito de quem ainda sonha não somente o ouro olímpico , mas a aurífera fraternidade e inclusão de todos na convivência da harmonia conosco e com o cosmos.