Avanços e desafios da Pastoral Carcerária

22/11/2017 às 09h11

Ao final de mais um ano, é hora de registrar os avanços da pastoral carcerária, com atenção aos desafios que precisam ser superados. Em termos de caminhada nacional, a utopia de lutar por um mundo sem prisões motiva os agentes a investir na implantação da justiça restaurativa, trocar experiências nos diversos encontros de formação e espiritualidade, lutar sempre pela defesa dos direitos humanos, contando com assessoria jurídica e Conselhos da comunidade, que cumprem seu papel. No Leste 2 e na micro, os encontros que ajudaram nossos agentes a renovar a esperança e fortalecer-se na missão. Em nossa arquidiocese a realização do primeiro curso da Escola de perdão e Reconciliação, além da perseverança dos agentes, nas visitas e celebrações nos presídios.

Entre os desafios, prevalecem a superlotação dos presídios, ineficiência dos Conselhos de Comunidades, as mortes violentas e proliferação de drogas e do tráfico, sempre envolvendo as classes mais empobrecidas. Quem está mesmo no comando são pessoas superprotegidas pelo poderio econômico e político. Em nossa arquidiocese, continua reduzido o número de agentes, a maioria são pessoas idosas, em algumas regiões ausência de assessoria religiosa e da própria pastoral carcerária nas foranias, onde precisa ser organizada. Estar também presente com as famílias dos presos e de suas vítimas é outro desafio que precisa ser tratado com especial atenção.

A catequese nos presídios, a escuta dos detentos, a averiguação dos processos, pois muitos reclamam ter a pena vencida, ou pelo menos ter o regime de progressão, passar para o semiaberto. Essas ações, com o papel efetivo dos conselhos, minoram a situação de quem sonha com uma vida nova e plena liberdade.

Na mensagem pelo Dia Mundial dos Pobres, o papa Francisco aponta, entre os rostos da pobreza, muitos nas prisões, os que são torturados, violentados, que clamam por misericórdia. “A pobreza tem o rosto de mulheres, homens e crianças explorados para vis interesses, espezinhados pelas lógicas perversas do poder e do dinheiro”.

No dia 16 de dezembro faremos nossa avaliação, no centro de pastoral arquidiocesano, em vistas da Assembleia em 2018. Contamos com a participação dos coordenadores e assessores de nossas regiões. Agradecemos todos os que somam e participam da caminhada.

Pe Geraldo Barbosa


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