Começa nesta segunda-feira (15) uma nova viagem internacional do Papa Francisco. Desta vez, ele visita o Chile e o Peru. Segundo informações do site oficial da Santa Sé, Vatican News, nestes dois países, o Papa se sentirá um pouco em casa, Ele já esteve nestas duas nações quando sacerdote e arcebispo de Buenos Aires. O Chile recebe pela segunda vez um Pontífice na sua história; recebeu João Paulo II em 1987, enquanto para o Peru será a terceira vez. Uma viagem pastoral, de 15 a 22 de janeiro.
O Cardeal Secretário de Estado da Santa Sé, Pietro Parolin disse ao Vatican News: “Creio que não será uma viagem simples, mas será realmente uma viagem muito interessante”. O Papa chega ao Chile como pastor universal da Igreja para encontrar Igrejas locais; naturalmente, Igrejas que são particularmente vivas, particularmente ativas como a Igreja no Chile, como a Igreja no Peru e que, por outro lado, encontram-se também enfrentando numerosos desafios diante da realidade do mundo de hoje.
Em matéria assinada por Silvonei José, constata-se que os desafios da Igreja são muitos nestes dois países. O cardeal Parolin acenou para dois, particularmente, que o Papa tem muito a peito. O primeiro é o desafio da população indígena. Outro tema muito sentido pelo Papa e sobre o qual tem sempre voltado com palavras inclusive muito incisivas é o da corrupção, que impede o desenvolvimento e também a superação da pobreza e da miséria.
Portanto, uma viagem que abraça questões várias, sejam religiosas, sejam sociais, sejam políticas. A imprensa latino-americana chama também a atenção para o tema dos abusos sexuais. Tanto no Peru como no Chile as revelações sobre abusos sexuais envolvendo sacerdotes católicos estão no centro da atualidade. A 22ª viagem apostólica internacional do Papa Francisco “terá um propósito pastoral acima de tudo” e se concentrará em temas como “paz, unidade, esperança”, unidos “à alegria do Evangelho”, como indicou o Santo Padre na sua mensagem em vídeo enviada às populações dos dois países na véspera da sua partida. “Venho até vocês como peregrino da alegria do Evangelho, para compartilhar com todos a paz do Senhor e confirmá-los na mesma esperança. Paz e esperança compartilhadas entre todos”, disse.
Programa intenso
Um programa intenso e rico de encontros. O Papa Francisco visitará entre os dias 15 e 18 as cidades de Santiago, Temuco e Iquique, no Chile, e no Peru de 18 a 21 as cidades de Lima, Puerto Maldonado e Trujillo.
Entre os momentos salientes da viagem ao Chile, mencionamos o encontro com as populações mapuche chilenas e, em particular, a Missa que o Papa celebrará em Temuco, na quarta-feira, dia 17 de janeiro, para os povos indígenas da região. Será uma missa muito animada, com cantos e danças indígenas locais. O Papa também almoça em privado com oito membros da comunidade Mapuche.
Já no Peru, um dos principais encontros será em Puerto Maldonado. Ali o Papa Francisco, pela primeira vez, entrará em contato com as comunidades da Amazônia. O Santo Padre almoça com representantes das comunidades indígenas amazônicas, serão nove.
Um encontro que, junto com aquele com cerca de 3.500 indígenas no Ginásio de esporte Coliseo Madre de Dios no Chile, será também fundamental para a preparação do Sínodo Especial para a região Pan-amazônica convocado pelo Papa para outubro de 2019. Pode-se dizer que o encontro em Puerto Maldonado será um primeiro encontro do Sínodo, também porque estará presente o cardeal Baldisseri, que é o secretário-geral do Sínodo dos Bispos. Na Amazônia, o Papa Francisco entregará várias cópias da encíclica “Laudato Si” na língua local.
O Papa, como fez tantas vezes no passado, quer conversar com os povos indígenas, quer mostrar respeito por eles, precisamente ali, onde se encontram. Ao mesmo tempo, há o tema do respeito pelos povos e também pela Criação. Então, há também uma ligação com a encíclica “Laudato si”. Uma ocasião para reafirmar que podemos aprender muito das populações indígenas, sobretudo no que diz respeito à relação com a natureza. Tanto no Chile quanto no Peru, o Papa Francisco se encontrará com sacerdotes jesuítas.
Fonte: CNBB