O trem da CEBs foi ganhando forma e força nesse segundo dia do 30° Encontro Arquidiocesano das Comunidades Eclesiais de Base, realizado nesse sábado, 27 de agosto, em Itabirito, Região Pastoral Mariana Norte. Com ajuda do assessor, padre Antônio Claret, os participantes puderam refletir sobre os desafios do campo e da cidade, assim como as características das comunidades.
“O que sustenta a CEBs é a vida do povo. Precisamos ver como está a vida desse povo, esse povo do campo e da cidade. É preciso sentir a vida do povo. É preciso trabalhar a conscientização e a organização popular. Na diocese de Mariana é bem interessante. Pois, ela tem uma estética rural. Grande parte dos municípios e das paróquias são pequenos, com características rurais. E no entanto, existe uma contradição que é interessante, porque, apesar disso, existem áreas históricas que ficaram entregues a mineração, são áreas muito cobiçadas, então tem, também, essa realidade do operariado, esse conceito do urbano, onde a exploração é maior sobre as pessoas e as famílias. Então é desafiante trabalhar na diocese de Mariana. E as características da CEBs se aplicam a essas diferentes realidades. E elas ajudam a pensar as comunidades como esse espaço feito por pessoas e que reflete a realidade”, explica o padre Antônio Claret.
Partilhas das experiências dos encontros passados e do intereclesial, também, fizeram parte da manhã desse sábado. Cerca de 100 pessoas, representantes das cinco regiões pastorais, estão participando desta edição.
Para Terezinha Nascimento, de Barão de Cocais, o encontro está ótimo. “Assessoria foi muito boa. Foi bem interessante ele ter lembrando do intereclesial e da palavra de Deus”.
Suscitar a esperança
Segundo o assessor arquidiocesano das comunidades, padre José Afonso, uma das marcas da CEBs é suscitar a esperança. “A marca da CEBs é suscitar esperança nas comunidades. Eu sempre gosto de repetir uma palavra de Dom Mauro Maureli, devemos usar a ousadia e a criatividade. E nesse contexto que nós vivemos as Comunidades Eclesiais nunca vão nos deixar desanimar diante dos desafios. É claro que nós temos que entender que eles existem, mas a partir deles devemos criar alternativas para a sociedade. E esse contexto desafiador suscita a esperança nas Comunidades Eclesiais de Bases”, ressalta .
Para padre Claret o papel das CEBs nas comunidades é muito importante em qualquer conjuntura. “Nesses momentos em que se tem essa ruptura e o retrocesso da democracia as Comunidades Eclesiais adquirem um papel muito especial, porque ajudam o povo a compreender o que está acontecendo e ainda com o realismo elas não perdem a esperança. A esperança das comunidades está primeiro em Deus, que é presente, e nesse processo de organização do povo”, afirma.
O 30° Encontro Arquidiocesano das Comunidades Eclesiais de Base começou nessa sexta-feira, 26 de agosto e termina neste domingo, 28 de agosto.
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