A vida e a atuação da mulher na Igreja e na sociedade foram foco dos debates do 4° Encontro de Mulheres da arquidiocese. Realizado nos dias 2 e 3 de março no Colégio Arquidiocesano, em Ouro Preto, o encontro reuniu cerca de 250 mulheres e teve como tema “Mulher: sal e luz – agente de transformação”.
“Com muita alegria tivemos o salão cheio neste encontro. E eu espero que as mulheres tenham feito uma reflexão de nossas práticas diária. Mas uma reflexão sem deixar de ser mulher, sem deixar de ser feminina”, disse a coordenador do evento, Ana Paixão.
Abertura
Na sexta-feira (2) uma missa e o lançamento da Campanha de Enfrentamento aos Ciclos de Violência contra a Mulher da Pastoral da Juventude marcaram a abertura do encontro. A celebração foi presidida pelo coordenador da Dimensão Sociopolítica, padre Marcelo Santiago.
Na homilia, padre Marcelo registrou algumas palavras do arcebispo, Dom Geraldo Lyrio Rocha. “Nosso arcebispo disse que vocês podem contar com o apoio dele. Um encontro como esse é muito importante e muito necessário. Que vocês possam continuar com essa iniciativa, que é muito promissora para vidas das comunidades e de nossa arquidiocese”, afirmou.
Contextualizando o cenário atual da Igreja, o presbítero ressaltou que este é um momento de celebrar o protagonismo da mulher. “Nós vivemos um momento muito importante, o Ano Nacional do Laicato, a Campanha da Fraternidade, onde nos colocamos na busca pela superação da violência. Em nossa arquidiocese estamos trabalhando a periferia da pobreza e são essas coisas que movimentam este 4° Encontro de Mulheres arquidiocesano. Nós queremos celebrar o protagonismo da mulher na Igreja e na sociedade. O tema faz alusão de ser sal e luz, dando sabor a luz da fé para um mundo melhor. Mulher agente de transformação na família, na Igreja, na vida de nossas comunidades, na vida de nossa sociedade”, ressaltou padre Marcelo.
Mesa de debates
A temática principal do encontro foi debatido em uma mesa no sábado (3). Iara Cássia, da Casa da Mulher de Viçosa (MG), e Márcia Sacamento, da Escola de Fé e Política de Belo Horizonte (MG), foram as responsáveis por conduzir o debate.
“Ser sal da terra e luz do Mundo é fazer a diferença. É mostrar os sinais visíveis do reino de Deus na terra. Quando uma mulher incentiva os voos de outra mulher, ela está dando asas a si mesma. Para minha história de mulher participar de encontroS como esse faz muita diferença”, disse Ana Sacramento.
Na parte da tarde, as mulheres tiveram a oportunidade de aprofundar o debate em oficinas sobre vários temas, como: “Espiritualidade e lutas das mulheres a partir da Bíblia”, “sexualidade”, “relação de gênero”, “participação política”, “a mulher e o enfrentamento à dependência química”, “mulheres separadas”, “auto estima”, “saúde da mulher violência contra mulher”, “mulher e o mundo do trabalho”.
Para Rafaela Ladeira, da paróquia de São Brás do Suaçuí (MG), é muito bom participar deste encontro pela segunda vez. “Este encontro feito pela arquidiocese é muito rico. Temos debates muito bons sobre os direitos das mulheres. Temos a oportunidade de desvelar as violências, pois as violências físicas já estão muito explícitas, mas tem muitas outras que não ditas. As falas que nós tivemos falaram do que ninguém fala. Esse encontro é muito valioso, nós conseguimos reunir um público muito grande e diversificado”, disse.