Ano do Laicato VI

14/03/2018 às 13h39

 

Dom Geraldo Lyrio Rocha

Arcebispo de Mariana

Os cristãos leigos e leigas exercem sua missão movidos pela fé, esperança e caridade, “virtudes que o Espírito Santo derrama no coração de todos os membros da Igreja. Mas, o preceito do amor, que é o maior mandamento do Senhor, estimula todos os fiéis a que procurem a glória de Deus, pela vinda do seu reino, e a vida eterna para todos os seres humanos” (AA 3).

Ensina ainda o Concílio Vaticano II que o Espírito Santo, que opera a santificação do Povo de Deus por meio do ministério e dos sacramentos, concede dons particulares aos fiéis leigos e leigas, para exercerem sua missão, (cfr. 1 Cor. 12, 7), «distribuindo-os a cada um conforme lhe apraz» (1 Cor. 12, 11), a fim de que «cada um ponha ao serviço dos outros a graça que recebeu» e todos atuem, «como bons administradores da multiforme graça de Deus» (1 Pd. 4, 10), para a edificação, no amor, de todo o corpo (cfr. Ef 4, 1). A recepção desses dons do Espírito Santo confere a cada um dos leigos o direito e o dever de atuá-los na Igreja e no mundo (cf AA 3).

Jesus Cristo é a fonte e a origem de todo o apostolado da Igreja. “Sendo assim, é evidente que a fecundidade do apostolado dos leigos e leigas depende da sua união vital com Cristo, segundo as palavras do Senhor: “aquele que permanece em mim e eu nele, esse produz muito fruto; pois, sem mim, nada podeis fazer” (Jo. 15, 5). Esta vida de íntima união com Cristo na Igreja é alimentada pelos auxílios espirituais comuns a todos os fiéis e, de modo especial, pela participação ativa na sagrada Liturgia” (AA 4).

Os cristãos leigos são chamados a avançar no caminho da santidade e não separem da própria vida a união com Cristo, mas busquem sempre ligar fé e vida. Esta vida exige o exercício constante da fé, da esperança e da caridade. “Só com a luz da fé e a meditação da palavra de Deus pode alguém reconhecer sempre e em toda a parte a presença e a ação de Deus.Em tudo, observem o que diz o Apóstolo Paulo: “Impelidos pela caridade que vem de Deus, pratiquem o bem com relação a todos, sobretudo para com os irmãos na fé (cfr. Gl. 6, 10), despojando-se «de toda a malícia e engano, hipocrisias, invejas e toda a espécie de maledicências» (1 Pd. 2, 1). Agindo assim todos serão atraídos a Cristo Jesus.

O amor de Deus que «foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi dado» (Rm. 5, 5), torna os leigos capazes de exprimir em verdade, na própria vida, o espírito das Bem-aventuranças. Seguindo a Cristo pobre, não se deixem abater com a falta dos bens temporais nem se exaltem com a sua abundância; imitando a Cristo humilde, não sejam cobiçosos da glória vã (cfr. Gl. 5, 26), mas procurem mais agradar a Deus que aos homens, sempre dispostos a deixar tudo por Cristo (cfr. Lc. 14, 26) e a sofrer perseguição pela justiça (cfr. Mt. 5, 10), lembrados da palavra do Senhor: «se alguém quiser seguir-me, renegue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me» (Mt. 16, 24). Finalmente, fomentando entre si a amizade cristã, preste mutuamente ajuda em todas as necessidades.

Esta espiritualidade dos leigos deverá assumir características especiais, conforme seu estado de vida. O modelo perfeito desta vida espiritual e apostólica é a bem-aventurada Virgem Maria” (cf. AA 4).


 


 


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