Organização Pastoral

18/04/2018 às 09h45

Uma das urgências da Evangelização, apresentada pela Igreja, em suas Diretrizes, é que a Paróquia seja uma “Comunidade de comunidades”. Isso supõe o empenho de todos em uma participação efetiva na vida da comunidade, com seus dons e carismas. Para que a evangelização aconteça, é necessário que haja o mínimo de planejamento e organização. Não há como organizar sem levar em conta as estruturas paroquiais. Para isso, faz-se necessária uma conversão pastoral e missionária da Paróquia, renovando suas estruturas, deixando de lado as que não favorecem mais a evangelização e propondo um novo modelo de paróquia que responda às necessidades de nosso tempo.

O modelo mais comum de organização é o que se estrutura nos Conselhos Pastorais. Eles nos educam para o trabalho em equipe e para assumir a corresponsabilidade na vida da Igreja. (PAE 2010-20150)

Esta prática de buscar decisões de forma colegiada, participada, com um senso comum, está presente na Igreja, desde os seus primórdios: “Num daqueles dias, levantou-se Pedro no meio de seus irmãos, na assembleia reunida que constava de umas cento e vinte pessoas” (At. 1, 15); “Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar” (At. 2, 1); “Portanto, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarregaremos este ofício” (At. 6, 3); “Então pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos com toda a comunidade escolher homens dentre eles e enviá-los a Antioquia com Paulo e Barnabé’ (At. 15, 22).

 

1. CONSELHO PAROQUIAL DE PASTORAL

O primeiro passo na organização pastoral da Paróquia é a constituição do Conselho Paroquial de Pastoral (CPP), que tem a função de planejar todo o trabalho a nível paroquial. Compete sempre ao pároco, por força de sua missão, coordenar e animar a comunidade paroquial. Ele preside o Conselho para que, com a participação de todos, seja edificada a Igreja de Cristo. No exercício dessa função, o pároco deve fixar a pauta de trabalhos, convocar assembleia, presidir eleições e zelar pela execução das decisões (PAE 2010-2015). 

Normalmente, além do Pároco, o CPP é formado por representantes de cada pastoral, dimensão e ministério existente na Paróquia. É importante que haja também representante de cada Comunidade ou, pelo menos, de cada setor da Paróquia. Alguns incluem também os líderes dos movimentos para engajá-los melhor na caminhada pastoral da Paróquia. 

Este Conselho deve reunir-se com regularidade. Alguns propõem reuniões mensais, outros, bimensais ou até mesmo trimestrais. O importante é que haja um calendário de reuniões durante o ano e que todos participem ativamente.

 

2. CONSELHO COMUNITÁRIO DE PASTORAL

O Conselho Comunitário de Pastoral (CCP) tem as mesmas funções do CPP, porém, em nível de Comunidade. É um grupo de pessoas que coordena, orienta, anima e auxilia os trabalhos pastorais da comunidade, tendo em vista a evangelização. Ele trabalha o entrosamento entre pessoas e grupos da comunidade e desta com a paróquia; assessora promoções; convoca e coordena assembleias comunitárias;

É bom que façam parte do Conselho Comunitário de Pastoral as pessoas que coordenam os grupos organizados na comunidade, como catequese, liturgia, pastorais, dízimo e movimentos. Entre os seus membros deve ser eleito um coordenador (a), que garantirá a ligação com o Conselho Paroquial de Pastoral. Por menor e mais simples que seja, toda comunidade deve ter o seu Conselho.

O CCP deve se reunir, quanto possível, mensalmente para avaliar a vida e o trabalho da comunidade, aprofundar algum tema de estudo e propor ações para o dia-a-dia da Igreja naquele lugar (PAE 2010 -2015).

Percebe-se, em grande parte de nossa Arquidiocese, a dificuldade de funcionamento dos Conselhos Comunitários de Pastoral. Muitos justificam que não se reúnem porque não têm assunto novo para ser tratado. Outros se reúnem apenas para preparar a festa do Padroeiro, mesmo assim, com muita dificuldade, pois há festas que ainda são planejadas e “comandadas” pelos festeiros, não deixando espaço para a participação de toda a comunidade no planejamento. Há comunidades que têm o conselho só para constar. A raiz do problema está no fato de que a maioria dos conselheiros é escolhida pela comunidade, sem ter uma formação adequada e, muitas vezes, sem saber qual é a sua função dentro do CCP.

 

3. ASSEMBLEIA PAROQUIAL DE PASTORAL

Quando o número de coordenadores de grupos e de comunidades é muito grande, cada reunião acaba se tornando uma verdadeira assembleia e as reuniões do CPP acabam sendo pouco ou nada produtivas. Isso tem acontecido com frequência em paróquias com grande número de comunidades, de pastorais e movimentos. Neste caso, deve-se tirar da assembleia um “Conselho Executivo”, que possa fazer o planejamento paroquial e reunir, por intervalo mais largo de tempo, todos os demais líderes e coordenadores.

Para uma melhor avaliação dos trabalhos e um bom planejamento, é necessário que se realizem as assembleias pastorais em todos os níveis, em nível da própria pastoral ou dimensão, em nível de Comunidade e em nível de Paróquia. São elas um momento oportuno de ver a realidade que precisa ser evangelizada; avaliar a caminhada das pastorais e dimensões, da Paróquia e das Comunidades, à luz da Palavra de Deus e da Igreja; propor novas ações. Mesmo que as assembleias deliberativas sejam realizadas bienal e trienalmente, é bom que, pelo menos anualmente, elas aconteçam, com o objetivo de avaliar a vida da Paróquia e sanar as dificuldades encontradas.

 

Para refletir com seu grupo ou equipe pastoral

1. A sua comunidade e a sua Paróquia têm os Conselhos Pastorais Constituídos?

2. Como a comunidade participa e toma conhecimento das decisões dos Conselhos?

3. A sua Comunidade e sua Paróquia realizam regularmente assembleias pastorais? Como elas acontecem?
 


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