No mês de agosto, vivemos, como Igreja, o mês vocacional. Mas a reflexão e a oração sobre as vocações não podem se restringir a esse período. Na verdade, esta realidade perpassa toda a vida do discípulo missionário de Jesus.
A vida do cristão é sempre um contínuo caminhar de quem se encontrou com o Senhor e é chamado por ele. O chamamento de Jesus é para estar com ele e ser enviado em missão. Por isso, podemos entender que todos nós, batizados, somos vocacionados.
A vocação é justamente este carinho que Deus tem com o ser humano convidando-o a colaborar na construção do projeto de Deus, o seu Reino. A Igreja tem a vocação de ser no mundo sinal do amor e da misericórdia do Senhor.
Diante disso, cada cristão deve motivar-se para essa missão. Cada um tem uma contribuição específica e importante; não apenas de maneira genérica. Entendemos que no Reino de Deus, cada um tem um chamado específico.
Se o primeiro chamado é à vida e à fé, todo cristão constitui um povo que tem muitos dons e talentos. Assim, a vocação fundamental é de ser povo de Deus. A vocação dos leigos (a palavra “leigo” significa aquele que pertence ao povo) é a vocação dos protagonistas da missão da Igreja. É o chamado a ser no mundo sinal libertador e transformador de Cristo. Este povo é escolhido para ser sal e luz (Mt 5,13s) do mundo, sobretudo, a partir da família. O matrimônio é a base para a construção saudável dessa missão.
Além dos leigos, há a vocação sacerdotal que consagra, que anima e conduz o povo. Estamos vivendo em nossa arquidiocese o ano da vocação sacerdotal justamente para refletir e rezar por nossos pastores.
Temos ainda um outro tipo de vocação: aqueles que se consagram a Deus na vida religiosa através da vivência dos votos. A vida dos consagrados existe para a santificação de toda a Igreja. Eles o fazem a partir de uma diversidade de carismas e serviços aos irmãos.
Podemos perceber, então, que toda a Igreja é vocacionada. E por isso todos devem viver de tal modo sua vocação que atraia a outros para fazerem parte da missão da Igreja. Assim, todos são agentes vocacionais na vivência própria da sua vida cristã.
O Serviço de Animação Vocacional existe justamente para despertar a todos a fim de potencializar esta característica da Igreja. A base desse trabalho é nas paróquias; onde devem ter equipes que promovam a oração e as atividades pelas vocações, de acordo com o Projeto Arquidiocesano Vocacional.
No contexto do Ano da Vocação sacerdotal, convido a todos para refletirem sobre a importância e a missão de sermos uma Igreja verdadeiramente animadora vocacional. Vamos aproveitar esta oportunidade que Deus nos oferece para crescermos nesse sentido, sendo agentes de transformação.
Deixo, por fim, os seguintes questionamentos para você fazer também com sua comunidade: Você se sente chamado a construir o Reino de Deus? O que você está fazendo para animar as vocações na Igreja? Como você pode implementar o Projeto Vocacional da Arquidiocese em sua comunidade?
Pe. Thiago José Gomes
Assessor da PV-SAV da Arquidiocese de Mariana