“A liturgia deslocada da vida é culto vazio”, disse Dom Geraldo para a Comissão Arquidiocesana de Liturgia

11/06/2018 às 12h50

“O que celebramos na liturgia nós precisamos vivenciar no dia a dia. A liturgia deslocada da vida é culto vazio. O culto que agrada a Deus é saber perdoar, respeitar o outro, é colocar em prática o que Jesus fez”, disse o administrador apostólico da arquidiocese, Dom Geraldo Lyrio Rocha, na formação da Comissão Arquidiocesana da Liturgia realizada no sábado (9), no Centro de Pastoral em Mariana.

A formação reuniu os representante das cinco regiões pastorais. Em sua fala, Dom Geraldo alertou sobre o radicalismo litúrgico e a instrumentalização da liturgia. “Muitas celebrações estão adotando elementos de show. Na raiz desse problema podemos identificar a falta de compreensão do que é liturgia e qual é a linguagem própria da liturgia. A linguagem litúrgica é orante e toca a fé. Ela é simbólica e toca os sentidos. Ela é poética e toca os sentimentos”, disse.

Ao explicar o que é celebrado, o administrador apostólico ressaltou que não é celebrado a vida. “Celebrar a vida é um conceito abstrato. Celebramos a vida de quem? Nós celebramos a morte e a ressurreição de Cristo. E é a comunidade constituída que celebra”, afirmou.

Citando o Concílio Vaticano II, Dom Geraldo explicou que é desejo ardente que todos os fiéis tenham uma participação que seja plena, consciente e ativa. “Essa participação deve ser consciente”. Ele pontuou, também, que é preciso celebrar de formar orante, valorizando os símbolos e as ações simbólicas. “As ações simbólicas só falam se forem feitas com dignidade. Elas precisam ser bem trabalhadas e elas precisam ser feitas com dignidade ao que foi estabelecido pela Igreja”, disse.

Ele também abordou sobre os cantos e músicas nas celebrações. “A equipe de canto precisa ser integrada no contexto da celebração. O desafio é cantar a liturgia e não cantar na liturgia”, ressaltou Dom Geraldo.

O espaço litúrgico foi outro ponto trabalhado na formação. Segundo Dom Geraldo, a arquidiocese de Mariana possui um patrimônio muito grande, mas essas igrejas foram construídas em outro contexto histórico. “O Concílio Vaticano II fez uma verdadeira reforma da liturgia. Essa foi a maior reforma feita em 2.000 anos na Igreja. Temos muitas igrejas construídas antes do Concílio, mas nossa arquidiocese já avançou com igrejas construídas pós o Concílio”. Segundo ele, o elemento mais importante no espaço litúrgico é a mesa, o altar, onde celebra a eucaristia.

Para a representante da Liturgia, Viviane Aparecida Santos, a formação foi muito enriquecedora. “Foi uma grande alegria para a comissão de liturgia encontrar com Dom Geraldo. Foi um momento muito rico e inspirador. Para mim o que ficou mais evidente foi o cuidado com a celebração, com a linguagem e a simbologia da celebração, para que o povo de Deus consiga rezar”, afirmou.

Encontro arquidiocesano de Liturgia

Após a formação, a Comissão conversou sobre o Encontro Arquidiocesano de Liturgia, que será realizado entre os dias 19 a 21 de outubro, na casa de retiro Dom Bosco, em Barbacena. O encontro terá como tema “Música e canto litúrgico.

 


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