Saudação de Dom Geraldo Lyrio Rocha, Administrador Apostólico de Mariana, por ocasião da posse canônica de Dom Airton José dos Santos realizada nesse sábado (23).
Acolhida a Dom Airton José dos Santos
Na qualidade de Administrador Apostólico da Arquidiocese de Mariana, cuja função aqui se encerra, cabe-me e imensa honra de, em nome desta Igreja particular, dar-lhe as boas vindas e saudá-lo no momento em que o querido irmão assume o pastoreio desta porção querida do Rebanho do Senhor, exatamente no dia em que se completam 11 anos de minha posse como arcebispo desta sede metropolitana.
Bendito o que vem em nome do Senhor para ocupar a Cátedra Episcopal da primeira diocese de Minas Gerais. Carregada de história, enriquecida por precioso patrimônio artístico e cultural, a Arquidiocese de Mariana é portadora sobretudo de extraordinário patrimônio de fé, sustentada pela admirável religiosidade de seu povo. Pela bula Candor lucis aeternae, do Papa Bento XIV, a diocese de Mariana, foi desmembrada do Rio de Janeiro, em 1745, juntamente com a diocese de São Paulo e as prelazias de Goiás e Cuiabá. Novo tempo na história da Igreja em Minas Gerais e no Brasil foi marcado com a criação desta diocese e a chegada de seu primeiro bispo Dom Frei Manoel da Cruz. De Mariana, irradiou-se para todos os horizontes mineiros o dinamismo para a implantação da Igreja nas terras mineiras. Como mãe fecunda, Mariana gerou dez dioceses: Diamantina (parte), Pouso Alegre (parte), Campanha (parte), Belo Horizonte, Caratinga, Juiz de Fora, Luz (parte), Leopoldina, São João del Rei e Itabira-Fabriciano. Hoje, incluindo o Triângulo Mineiro, o Estado de Minas Gerais conta com sete Províncias Eclesiásticas. A diocese de Mariana foi elevada à categoria de Arquidiocese, pelo Papa São Pio X, em 1º de maio de 1906, e teve como seu primeiro arcebispo Dom Silvério Gomes Pimenta. Muito honra a Cátedra Episcopal de Mariana ter sido ocupada pelos Servos de Deus Dom Antônio Ferreira Viçoso e Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida, cujos processo de beatificação se encontram em Roma.
Dom Airton, esta Arquidiocese, com suas 135 paróquias distribuídas pelos 79 municípios compreendidos por esta circunscrição eclesiástica, abre suas portas para acolhê-lo como seu novo pastor. Sabemos que a aceitação deste encargo é motivado pelo seu lema episcopal: “Que eu faça, ó Deus, a tua vontade” (Hb 10,7). Esta foi sua atitude ao aceitar a escolha para o ministério episcopal, como bispo auxiliar da Diocese de Santo André. Assim foi também quando assumiu a Diocese de Mogi das Cruzes. Do mesmo modo quando o Santo Padre o designou Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Campinas. De fato, na vida, o que importa é fazer a vontade de Deus, seguindo as pegadas do Mestre: "Eu vim não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou" (Jo 6,38).
Contando com a indispensável colaboração dos presbíteros e diáconos; a dedicação dos tantos consagrados e consagradas; e o compromisso eclesial de inúmeros leigos e leigas, Dom Airton, tenha certeza de que, com a graça de Deus, exercerá nesta Igreja particular sua grande missão episcopal como pastor e mestre da doutrina, sacerdote do culto sagrado e ministro do governo pastoral (Cf. LG 20).
Com as boas-vindas, apresento-lhe também os votos de fecundo ministério episcopal nestas terras benditas. A intercessão de Nossa Senhora da Assunção e de São José o acompanhem sempre.