A missão do Papa

25/06/2018 às 10h28

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

Admiráveis as palavras de Jesus ao primeiro Papa: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16,13-19)”. Foi todo um programa de vida, alicerçado num palavra criadora. Desde então, Simão, o pescador será o rochedo de fundação para Igreja de Cristo. Nunca se reflete demais sobre a importância do Papa para a fé católica e para o projeto salvador do Filho de Deus. Vigário de Cristo, “o doce Cristo sobre a terra” na expressão de Santa Catarina, a ele é devida não somente subordinação hierárquica, mas “verdadeira obediência não apenas nas questões que concernem a fé e os costumes, mas ainda naquelas que dizem respeito à disciplina e o governo da Igreja”. Sublime, de fato, a missão dada a Pedro e a seus sucessores. O papa tem o poder supremo do magistério. Como a condição primeira de salvação é guardar a regra da fé ortodoxa, a tarefa papal tem sido realizada através dos tempos graças à promessa de Cristo de que o erro não prevaleceria nunca em sua Igreja. Defensor da Verdade, o soberano pontífice zela pela integridade completa da doutrina revelada por Deus. Trata-se de um carisma indefectível concedido por Cristo a Pedro e a seus sucessores com o enorme encargo da salvação de todos os seus seguidores. Deste modo o rebanho de Jesus, liberto dos extravios venenosos dos erros. sempre tem sido sustentado pela doutrina celeste. Uma Igreja conservada na unidade, solidamente fundada numa rocha imperecedoura, firme contra as invectivas infernais. Através do Papa é o próprio Cristo que governa de maneira visível sua Igreja nesta terra através dos tempos. É por isto que a sujeição à Sé Apostólica é imprescindível para o autêntico discípulo de Jesus sob pena de se tornar um herege. O respeito à autoridade do Papa é elemento fundamental para as ovelhas de Cristo. Em vão se insurgiram aqueles que intentaram retalhar a túnica incorruptível de Cristo que é a Igreja. Passaram e passarão sempre, perdida a prerrogativa de católicos por causa dos desvios dogmáticos, morais e inúmeros subterfúgios, tentando deslustrar a missão do Chefe da verdadeira Igreja de Cristo. Cismáticos endurecidos nas suas contradições! O verdadeiro amor e obediência ao Papa distinguem o autêntico católico. Isto porque o Papa é o pastor de toda a Igreja. É a garantia absoluta da transmissão da mensagem do Evangelho e da unidade da Igreja. Assim o Papa não é um “super-bispo”, mas o Pastor universal. Aliás, Cristo disse a Pedro após sua ressureição, conferindo a ele o primado: “Apascenta os meus cordeiros [...] apascenta o meu rebanho” (Jo 21,15-18). Trata-se de uma universalidade sem exceção alguma. Antes, Jesus já havia determinado a Pedro: “Simão, Simão, eis que satanás vos procurou para vos joeirar como o trigo; mas eu roguei por ti, a fim de que a tua fé não desfaleça, e tu, uma vez convertido, confirma os teus irmãos” (Lc 22,31-33). Como bem se expressou São Leão Magno, “s segurança de todos depende de Pedro” (Sermão IV, 3). Grande a responsabilidade do Papa, mas o fundador da Igreja seria sempre o intercessor poderoso que jamais deixaria fraquejar Pedro e seus sucessores. Daí a infalibilidade de um magistério quando o Papa fala “ex-cathedra". Assim se expressa o Catecismo da Igreja Católica: “Goza desta infalibilidade o Pontífice Romano, chefe do colégio dos Bispos, por força de seu cargo quando, na qualidade de pastor e doutor supremo de todos os fiéis e encarregado de confirmar seus irmãos na fé, proclama, por um ato definitivo, um ponto de doutrina que concerne à fé ou aos costumes… A infalibilidade prometida à Igreja reside também no corpo episcopal quando este exerce seu magistério supremo em união com o sucessor de Pedro”, sobretudo em um Concílio Ecumênico. Quando, por seu Magistério supremo, a Igreja propõe alguma coisa “a crer como sendo revelada por Deus” como ensinamento de Cristo é preciso aderir na obediência da fé a tais definições. Esta infalibilidade tem a mesma extensão que o próprio depósito da Revelação divina. (§ 891). Por tudo isto, diante da sublime e grandiosa missão do Papa fluem as obrigações dos fiéis em orar pelo Chefe da Igreja, de seguir suas orientações, de ler e estudar as Encíclicas e demais Documentos Pontifícios numa lealdade constante. O Papa conta com nossas orações e merece nossa fidelidade.

* Professor no Seminário de Mariana durame 40 anos.


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