Resistência e articulação: coordenações regionais analisam a caminhada da PAB na arquidiocese

22/07/2018 às 18h35

A caminhada de articulação e a realidade da Pastoral Afro-Brasileira (PAB) nas regiões da arquidiocese foram analisadas durante um encontro arquidiocesano realizado, nos dias 20 a 22 de julho, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Mariana. Participaram do encontro os articuladores da Pastoral nas Regiões Norte, Sul, Leste e Oeste. O coordenador da Dimensão Sociopolítica, padre Marcelo Santigo, e o pároco anfitrião, padre Geraldo Barbosa, também estivem presentes.

Segundo a representante arquidiocesana da PAB, Maria José, a avaliação do encontro é muito boa. “A nossa perspectiva era reunir as comissões regionais. Elas não vieram em sua totalidade, mas veio representações de quatro regiões. Este foi o nosso primeiro encontro arquidiocesano do ano e ele foi muito bom. Temos os desafios, como a articulação na Região Centro, conseguir novas lideranças para assumir os trabalhos. Mas, nós temos avançado, principalmente nesta consciência de negritude e no amadurecimento em relação da Igreja. Muitas dúvidas que nós tínhamos já forma perdidas. Estamos trabalhando para as pessoas perceberem que somos uma pastoral e precisamos caminhar junto com a Igreja. Precisamos fazer o negro se integrar na Igreja”, afirmou Maria José.

Trabalhos em grupos, missa, debates e um cortejo com a imagem de Nossa Senhora Aparecida fizeram parte da programação. Ana Paixão, da paróquia anfitriã, disse que esses foram dias de partilhar vivências. “Quando estamos neste grupo a gente percebe a luta de todos e ganhamos forças para continuar na caminhada”, ressaltou.

Para padre Geraldo Barbosa é sempre bom acolher os agentes de pastorais. “Foi uma alegria receber o encontro da Pastoral Afro, essa Pastoral que nasceu do Fórum Social. Para a nossa comunidade de Santa Cruz, que envolveu várias pessoas, essa foi uma oportunidade de convivência, de troca de experiência muito importante”, disse padre Geraldo.

A Pastoral Afro-Brasileira nasceu na arquidiocese de Mariana como uma necessidade do Fórum Social pela Vida. Nivaldo Paulino Teodoro, da Região Sul, explica que a PAB começou a ser pensada no Brasil na década de 60. “No documento de Aparecida de 1968 já foi ventilado a possibilidade da criação da Pastoral Afro e ela foi implanta em outra dioceses. Quando eu falo da luta do movimento negro, ele começou em 1492 e no Brasil isso começou em 1532, quando pisou aqui o primeiro negro escravizado. Os negros que aqui chegaram já vieram todos cristianizados. A criação da PAB foi um marco para nós dentro da Igreja católica. Agora nós somos realmente aceitos”, disse.

Durante o encontro foi montada uma equipe para elaborar o texto do roteiro dos grupos de base da Pastoral. Para o mês de novembro, o grupo decidiu que a Pastoral vai realizar um encontro ampliado, que será aberto a todas as lideranças que tenham interesse em conhecer a PAB. A 2ª Romaria do Povo Negro em Urucânia também será outra atividade do mês.

                                                        


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