Pe. Geraldo Martins
Este foi o lema do 5º Congresso Americano Missionário (CAM 5), realizado de 10 a 14 de julho, em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Com a participação de três mil pessoas de 24 países da América, o CAM foi uma grande festa missionária. De suas conclusões destaco, em primeiro lugar, a que nos convoca a “potenciar uma Igreja missionária, ministerial e laical”. Para alcançar esta meta, o Congresso sugere:
a) Potencializar o desenvolvimento de uma Igreja em saída que rompa os moldes de uma Igreja demasiada clerical, e abra caminhos firmes e decididos para uma Igreja ministerial e participação laical, que coloca seu olhar em Cristo e nos irmãos necessitados, desorientados e não crentes.
b) Fortalecer uma Igreja na qual os leigos assumam sua responsabilidade testemunhal e missionária orientada para a alegria do Evangelho a serviço dos outros, especialmente, dos que sofrem e dos pobres.
No caso desta segunda ação, o Congresso apresentou a proposta da criação de um ministério reconhecido, especificamente feminino, “através do qual se reconhece à mulher, seu extraordinário serviço à evangelização como uma realidade viva e se institucionaliza uma participação estruturada na missionariedade da Igreja do nosso tempo”. O nome escolhido inicialmente para esse ministério seria ginacolitado, mas não agradou a muitos congressistas, por isso, ficou “como tema aberto para estudo, análise e aprofundamento”.
O que chama atenção, no entanto, é que, embora o CAM 5 tenha enfatizado que, na missão, o protagonismo deve ser dos cristãos leigos e leigas, sobretudo, as mulheres, as cinco grandes conferências do Congresso foram feitas por quatro bispos e um padre. Isso mostra que precisamos, realmente, avançar naquela ousadia a que nos exorta o papa Francisco quando se trata de anunciar o Evangelho (cf. EG 129).
A segunda conclusão do CAM 5 que me chama atenção é a proposta da criação de um Observatório Eclesial Americano dos Direitos Humanos. Terá como objetivo “fornecer informações de caráter profético acerca das situações de exclusão, marginalização, opressão, injustiça, corrupção e extorsão dos direitos humanos, sociais, políticos e econômicos em todos os países da América”.
Eis aí duas propostas que devem inspirar e animar a ação missionária de nossas paróquias e comunidades.