Faz 12 anos do falecimento de Dom Luciano e, mais uma vez, nós nos voltamos ao memorial e legado que Dom Luciano deixou na arquidiocese de Mariana, nos padres, nos leigos e sobretudo no povo de Deus.
“Dom Luciano vive na luta do povo” foi o que gritou a multidão na Praça da Sé naquele dia de seu passamento deste mundo para a eternidade. Todos se identificavam com Dom Luciano, porque viam nele a expressão do amor à vida, aos pobres, aos jovens, às comunidades carentes, às causas políticas, sociais, econômicas e a tudo aquilo que é sinal de vida.
Os doze lembram a totalidade do povo de Deus, que caminha, que anseia por um país melhor, por um mundo mais equilibrado na justiça, na paz e na caridade. Relembrar Dom Luciano é sempre um eco de valorização da vida e daquilo que é força na caminhada do Reino de Deus.
Um homem que marcou o seu tempo na CNBB, no CELAM, no cenário eclesial e especialmente no coração de quem ele amava. Ele sabia o nome de todos, conhecia os problemas e as múltiplas situações por que passavam os excluídos, marginalizados e necessitados. O coração de Dom Luciano era grande. Ele não olhava para si e sim para os outros, não tinha tempo para si. Seu tempo era uma oferenda e uma força que exalavam a vontade de servir. Suas palavras vão continuar sempre presentes: “em que eu posso ajudar?”
Passamos por um momento crítico em nosso país e no mundo. Ausência de lideranças democráticas, risco de autoritarismo e de ditaduras, busca de privilégios e vantagens. Justiça manipulada e conchavos cada vez mais articulados contra o povo.
Dom Luciano, igual a João Batista, lidava contra os Herodes, os grandes e, ao mesmo tempo, sabia ser simples com os pequenos e com os mais necessitados.
Ao relembrar a história e a vida de Dom Luciano nossa Igreja, nossas comunidades, crianças, jovens e os pobres fazemos a caminhada do tempo presente lutando por um país melhor, por uma vida convergente na busca de direitos e exercício de deveres.
Dom Luciano continua vivo e nos unimos para evocar o seu nome na defesa da vida e dos que mais precisam, desde os nascituros até às camadas periféricas e às causas que fazem parte da vida de todos.
Ser Igreja é ser como Dom Luciano; é ser vida, é ser gente, é ser povo. Ser Igreja é construir o Reino.
Padre Paulo Barbosa