Em março deste ano assumimos a missão de assessorar a pastoral carcerária em nossa arquidiocese, mais um desafio nesta caminhada de Igreja. Participamos dos encontros do Leste II em BH e Uberlândia e da Província em Coronel Fabriciano, diocese ligada a Itabira, que se junta a Mariana, Guanhães, Caratinga e Governador Valadares. Novos aprendizados e troca de experiências com nossos (as) agentes, cristãos leigos(as), religiosas(as) e ministros ordenados. Pessoas, engajadas há mais tempo, outros iniciando agora. Tanto em Uberlândia, como em Coronel Fabriciano a participação dos recuperandos da APAC (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados), testemunhando a realidade de uma nova vida, quando têm oportunidade e são valorizados.
Em alguns lugares do Brasil, o estudo e prática da Justiça Restaurativa, “conhecida como uma técnica de solução de conflitos que prima pela criatividade e sensibilidade na escuta das vítimas e dos ofensores, a prática tem iniciativas cada vez mais diversificadas e já coleciona resultados positivos.” (Justiça Restaurativa no Brasil: Conceito, críticas e vantagens) “Um processo pelo qual todas as partes ligadas a uma ofensa em particular, se reúnem para resolver coletivamente como lidar com as consequências da ofensa e suas implicações para o futuro” (Tony Marshall-1996).
Das cinco regiões pastorais de nossa arquidiocese, somente na Centro não está organizada a Pastoral Carcerária. Na Sul, Carandaí e Barbacena os agentes têm se reunido e os padres têm dado assistência religiosa. Do mesmo modo na região Leste, Abre Campo, Viçosa e Ponte Nova, onde está localizado o maior presídio dentro de nossa arquidiocese. Ficou marcante a missa presidida por dom Geraldo, ministrando a crisma e primeira eucaristia, levando a bênção a todas as celas. Na Oeste, Entre Rios de Minas, Congonhas e Lafaiete, com agentes de Ouro Branco colaborando. Na Norte, Barão de Cocais, Itabirito, Ouro Preto e Mariana, com os seminaristas auxiliando na catequese. Dos avanços, percebemos o estudo das três cartilhas, as visitas semanais, o engajamento na caminhada da província e do Leste II, entre outros. Os desafios não são menores, especialmente no que se refere aos direitos sociais, como o atendimento na área da saúde e pouca efetivação dos Conselhos das Comunidades, além do número reduzido de agentes. Em Mariana, são praticamente as mesmas, desde a implantação da pastoral carcerária, abnegadas senhoras mais idosas, mas que não medem esforços para estar presentes nas visitas semanais.
Um dos eixos do 6º Fórum Social Pela Vida, a se realizar em outubro em Conselheiro Lafaiete, vai movimentar a Justiça Restaurativa e terá a Pastoral Carcerária na coordenação de um dos grupos de trabalho. Esperamos nos fortalecer e contamos com o apoio dos vigários episcopais, dos irmãos no prebistério e demais agentes para seguirmos em frente, nesta missão tão especial e desafiadora.
Pe Geraldo Barbosa