Últimos detalhes do 24° Grito dos Excluídos são acertados

22/08/2018 às 11h47

A equipe de articulação do 24° Grito dos Excluídos esteve reunida nessa terça-feira (21) na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Congonhas, para acertar os últimos detalhes da edição deste ano. A reunião contou com a presença de padres, lideranças religiosas e sociais.

“Hoje tivemos a oportunidade de alinhavar os principais momentos da acolhida e das falas. Padre Marcelo evidenciou a importância da celebração e da presença de Dom Airton. Esperamos que este Grito fale ao coração do povo, fale como um eco de transformação da realidade”, disse o pároco anfitrião, padre Paulo Barbosa.

Organizado pela Dimensão Sociopolítica da arquidiocese, o 24° Grito dos Excluídos será realizado no dia 7 de setembro, em Congonhas, e tem como objetivo valorizar a vida e anunciar a esperança de um mundo melhor. A chegada e acolhida dos participantes está prevista para às 7h, na Praça da Matriz de Nossa Senhora da Conceição. Às 9h30 todos seguem em caminhada até o Santuário do Bom Jesus, onde será celebrada a missa às 11h.

Segundo o coordenador da Dimensão Sociopolítica, padre Marcelo Santiago, a expectativa é que as pessoas se mobilizem. “Esperamos uma mobilização com as caravanas presentes no Grito e que as pessoas se mobilizem, também, em suas comunidades. Precisamos nos empenhar neste compromisso de fé e cidadania”, disse.

Padre Marcelo completou que o Grito dos Excluídos de 2018 pretende assumir quatro frente de ações. “Uma é ligada à superação da violência, tema que perpassa todo ano a ação evangelizadora e pastoral da Igreja no Brasil, a partir da Campanha da Fraternidade. Os outros temas são a precarização do trabalho, a defesa do planeta, nossa casa comum, e as eleições”, acrescentou.

Desigualdade que gera violência

A edição deste ano vai levar os participantes à refletirem sobre o tema “Vida em Primeiro Lugar” e o lema “A Desigualdade Gera Violência”. Para Bruna Monalisa, integrante da Dimensão Sociopolítica, o Grito é uma oportunidade de mostrar a realidade dos jovens. “O índice de vulnerabilidade e de extermínio de jovens no Brasil é assustador. Nosso país mata mais jovens do que os países em guerra. O Grito dos Excluídos é um grito de denúncia e um momento de despertar nossa sociedade a perceber como isso acontece no dia a dia. Por isso, é tão importante este momento de conscientização e denúncia em nossa arquidiocese”, disse.

Para o sindicalista, Jesus Valetin, esse também é um espaço para falar da violências contra os trabalhadores. “No Brasil vem crescendo os acidentes de trabalho. Estamos em tempo de crise, o que reflete para os trabalhadores na segurança, na garantia de uma vida saudável. Estamos vendo uma avalanche de problemas, por isso pedimos que as pessoas tenham fé e segurança naquilo que elas fazem”, pontuou.

A integrante da Pastoral Afro Brasileira, Hellen Margarida Silva, ressaltou que o Grito dos Excluídos também é um momento para refletir sobre a violência contra os negros e as mulheres. “Nós sabemos que a violência tem endereço, tem cor, tem classe social e agora sexo. Precisamos firmar as nossas bandeiras, principalmente na questão da mulher e do negro. Sabemos onde estão essas pessoas atingidas e estamos vendo os inúmeros crimes de feminicídio e casos de racismo. Por isso, precisamos passar as informações para evitar que novos casos aconteçam”, afirmou.

 


Voltar

Confira também: