A superação da escravidão pela fraternidade

29/08/2018 às 10h11

As dioceses de Mariana, Caratinga, Governador Valadares, Guanhães e Itabira/Cel. Fabriciano realizam nos próximos 31 de agosto a 2 de setembro o 20º Encontro da Micro Centro 2, em Governador Valadares. A pergunta instigante e provocativa “Quem está encarcerado?”, à luz da carta de Paulo a Filêmon 15-16, será aprofundada neste encontro, que terá dezenove participantes de nossa arquidiocese. Este escrito é considerado um bilhete, escrito de próprio punho pelo apóstolo, entre os anos 68 e 70 d.C. Ilumina a caminhada do agente da pastoral carcerária e alguns personagens sobressaem. Paulo encontra-se prisioneiro de Jesus Cristo. O amigo Filêmon, de classe social econômica privilegiada, tem um escravo de nome Onésimo, cujo significado é pessoa útil, que fugiu e teria cometido um roubo. Companheiro de cárcere de Paulo, é evangelizado e recebe o batismo. Paulo poderia ter ficado com ele, mas recomenda a Filêmon que o receba não mais como escravo, mas como irmão (15-16).

Toda pessoa tem direito à sua plena liberdade. Num ambiente, em que o roubo era punido com severas penas, a boa notícia é o testemunho de Paulo. Agradece a fé e o amor do amigo, rezando sempre por ele. Tem a total liberdade em Cristo e considera Onésimo como um filho gerado na prisão, considerando-o como seu próprio coração. Quando alguém se torna irmão, não pode mais ser tratado como escravo.

Há muitos desafios a serem superados no mundo prisional: presídios superlotados, encarcerados no regime semi aberto sem trabalho, processos abarrotados nas mesas dos juízes sem avançar com os alvarás de soltura, violência culminando com mortes pelos comandos diversos, drogas que entram com facilidade nas celas, pouquíssimo investimento na ressocialização...

Os agentes da pastoral se fortalecem na oração, na acolhida e prática da Palavra, nos encontros de formação e no compromisso perseverante da missão, reconhecendo o Cristo naqueles que visitam. Faz-se necessário avançar na compreensão dos direitos dos encarcerados, aliada aos membros do Conselho da Comunidade nos presídios, que também precisam ser melhor preparados para sua atuação. Vem aí nossa assembleia da Pastoral Carcerária, dia 29 de setembro. Contamos com nossas coordenações e assessorias.

Pe. Geraldo Barbosa


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