“Sínodo é um exercício eclesial de discernimento", diz Papa

04/10/2018 às 15h59

A XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos foi iniciada nessa quarta-feira (3), no Vaticano. Ao todo, 266 padre sinodais, entre eles dois bispos da China continental, estarão reunidos até o final do mês.

Na seção de abertura, o Papa Francisco discursou sobre elementos primordiais que devem permear as atividades durante o período sinodal. “O Sínodo é um exercício eclesial de discernimento. Franqueza no falar e abertura na escuta são fundamentais para que o Sínodo seja um processo de discernimento”, pontuou.

Os jovens, tema do Sínodo deste ano, foram citados pelo Pontífice no início de seu discurso. Segundo o Santo Padre, a juventude, capaz de exalar positividade e entusiasmo, alegra toda a Igreja e o mundo inteiro. “Agradeço-lhes por terem querido apostar que vale a pena sentir-se parte da Igreja ou entrar em diálogo com ela, (…) vale a pena colocar-se à escuta uns dos outros; vale a pena nadar contracorrente e aderir a valores altos, como a família, a fidelidade, o amor, a fé, o sacrifício, o serviço, a vida eterna”, declarou o Papa.

Francisco destacou para os bispos que o Sínodo é um momento de partilha, de se posicionar com coragem, liberdade, verdade e caridade, e afirmou que somente o diálogo fará com que a Igreja cresça. O Pontífice chamou atenção para as bisbilhotices, murmurações, ilações e preconceitos, situações classificadas por ele como inúteis, e reafirmou que uma crítica honesta e transparente é o melhor caminho para um diálogo construtivo e de ajuda.

A mesma coragem para falar deve corresponder à humildade de escutar, de acordo com o Santo Padre. “A escuta que abre espaço ao diálogo. (…) Muitos de vós já prepararam, antes de vir, a sua intervenção – e agradeço-vos por este trabalho –, mas convido a sentir-vos livres para considerar aquilo que preparastes como um projeto provisório aberto a eventuais acréscimos e alterações que o caminho sinodal possa sugerir a cada um”, incentivou Francisco que prosseguiu afirmando: “Mudar as nossas convicções e posições é sinal de grande maturidade humana e espiritual”.

Para o Papa, o discernimento deve ser visto pelos participantes como o método e, simultaneamente, o objetivo proposto. “Somos chamados a colocar-nos à escuta daquilo que nos sugere o Espírito, segundo modalidades e direções muitas vezes imprevisíveis”, lembrou. O Pontífice estabeleceu que, durante os trabalhos tanto na assembleia plenária como nos grupos, depois de cada cinco intervenções, seja realizado um tempo de silêncio – cerca de três minutos – para reflexão. “Que cada um preste atenção às ressonâncias que as coisas ouvidas suscitam no seu coração, para aprofundar e apreender o que mais o impressiona. Esta atenção à interioridade é a chave para se efetuar o percurso reconhecer, interpretar e escolher”, anunciou.

O Sínodo dos Bispos tem como tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional” e terá sua conclusão no dia 28 de outubro. Esta edição conta com a participação de 34 jovens auditores, entre 18 e 29 anos.

Com informações e foto: Vaticano News

 


Voltar

Confira também: