O tradicional festejo popular, que reúne grupos de congados, guardas de moçambique e marujadas, está comemorando uma década de revitalização em Ouro Preto. “A Fé que Canta e Dança” é o nome do festejo que foi iniciado no último domingo (6) e segue até o dia 13 de janeiro.
Além dos cortejos e missas em devoção a Nossa Senhora do Rosário, Santa Efigênia e São Benedito, os festejos incluem oficinas e palestras sobre a fé e a resistência do povo negro brasileiro. Ao todo, participam cerca de 30 grupos de vários estados do país, além de irmandade locais.
Para a presidente da Associação dos Amigos do Reinado (Amirei), Kátia Silvério, o resgate dessa festividade popular está ligado a resistência e a resiliência. “Somos congadeiros, vivemos isso no dia a dia, e manter a tradição exige muita garra e vontade, ainda mais nestes tempos”, disse.
A festa de mais de 300 anos foi se perdendo ao longo dos anos. Mas, em 2008 ela voltou a ser realizada por iniciativa da Associação dos Amigos do Reinado, juntamente com o Fórum de Igualdade Racial, a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia, a Comissão Ouro-pretana de Folclore e as associações dos Bairros Alto da Cruz e Padre Faria.
O capitão da Guarda de Moçambique de Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia, Kedison Guimarães, que é co-produtor do evento, ressalta a importância do seu retorno. “É de grande importância pra gente demonstrar nossa fé e poder sair pelas ruas, levando a Nossa Senhora nos braços, numa festa de resiliência, de resistência negra, relembrando nossos ancestrais representados na figura de Galanga, o Chico Rei ”, disse.
Com informações da Prefeitura de Ouro Preto
Foto: Ane Souz