Inaugurada exposição sobre o incêndio no Santuário do Carmo de Mariana

30/01/2019 às 16h13

Uma exposição sobre o incêndio de 1999 que destruiu parte do Santuário de Nossa Senhora do Carmo, em Mariana, compõe o corredor lateral da mesma igreja atualmente. A abertura foi realizada no último domingo (27), após a missa das 18h. “Por entre as chamas de um sinistro: Ressurge o Carmo de Mariana!” resgata em fotos, parte dos destroços e objetos um dos dias mais tristes da história de Mariana, conforme definiu Monsenhor Vicente Diláscio, reitor do santuário na época.

“É mesmo o resgate não só da nossa história, mas também da nossa memória. É bom sentir que as pessoas se identificam com o que está aqui exposto. Alguns conseguem lembranças boas, vendo a igreja como era, e ao mesmo tempo isso se torna dicotômico, triste, diante do que ocorreu”, explica o presidente da Confraria de Nossa Senhora do Carmo e responsável pela exposição, Patrick Matheus Rodrigues.

Todo o material apresentado é resultado de pesquisa e busca da Confraria, que não tem a intenção de retirá-los da exposição. As fotos são de fotógrafos da cidade, como Márcio Eustáquio de Souza. “É permanente porque é parte da história do próprio santuário, não há porque ser interrompida, até mesmo para que os que vêm de fora consigam entender que esse é um marco na história da igreja do carmo. É como uma ferida, uma cicatriz, que as pessoas podem enxergar porque também faz parte de nós”, expressa Patrick.

 

Impressões

Para a vizinha do santuário, Hebe Rola dos Santos, a exposição ajuda a reviver o dia do incêndio e, principalmente, reforçar o cuidado com as igrejas. “Nos faz pensar muito que precisamos nos unir e não descuidar, não distrair. Houve uma distração, todo mundo sabe. E essa distração levou ao que ocorreu. Nós todos temos que ajudar a cuidar”, diz, referindo-se a possível causa do acidente que, segundo relatos, veio da explosão de uma lâmpada que gerou faíscas alimentadas pelas substâncias utilizadas para descupinização do templo. De acordo com o engenheiro coordenador do projeto de restauração da época, José da Silva Reis, conhecido como Cabral, não há certezas sobre a causa. “A perícia não foi conclusiva, restaram apenas hipóteses”.

A exposição recordou a paroquiana Maria Aparecida Gonzaga dos dias em que ela passou pelos destroços para participar do Cerco de Jericó, realizado na igreja após o incêndio. “A gente passava entre os destroços e ia ali no Santíssimo para adorar Jesus durante 7 dias e 6 noites. Eu olhando, vem tudo na mente de novo. Fico lembrando que graças a Monsenhor Vicente, num instantinho, a igreja foi reformada. Ele lutou pela reforma aqui”, relata.

 

Horário de visitação

Todos os que quiserem visitar a exposição podem ir a igreja de terça-feira a sábado, das 8h30 às 17h, e aos domingos, de 7h às 14h.

Há missas na igreja todos os dias, de segunda a sábado às 6h30 e de terça a sexta às 18h30. Nos domingos as missas são às 7h, 10h, 18h e 19h30 - enquanto a Catedral Basílica continuar fechada.

 

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