Em Ouro Preto, “Mulheres que oram” não é só uma afirmação. Na Capela Nossa Senhora do Parto, conhecida como Capela do Padre Faria, toda terça-feira, às 19h, quase 30 mulheres se unem para recitar o terço e ler o evangelho do dia. Nessa semana, o grupo completou um ano de existência.
“Na Piedade [bairro], tem o grupo das mães que oram. Um dia elas vieram participar da novena de Nossa Senhora Aparecida aqui e eu comecei a ter ideia de fazer no Padre Faria. Mas nunca dava certo, sempre adiávamos. Até que no dia 6 de fevereiro do ano passado, nós começamos”, explica a coordenadora do grupo, Joana D’arc Neves de Souza, de 49 anos.
Assim como o da Piedade, o grupo iria se chamar “Mães que oram”, mas a filha de Joana a fez repensar o nome. “E se eu quiser ir com você?”, foi a pergunta que fez Joana mudar o nome. Hoje, apesar da maioria das participantes serem mães, há também as que não são.
Para Joana, como católica, incentivar a comunidade a ter um momento de oração é fundamental. “Ainda mais a gente que é mãe. Se a gente não coloca nas mãos de Deus, não ajoelha por nossos filhos, a gente não consegue viver não. É muito difícil tocar a vida”, reflete.
Além da reza do terço e da partilha do evangelho, as mulheres também rezam a oração da família e dos filhos e terminam com a ladainha. A cada semana uma integrante do grupo leva uma imagem de Nossa Senhora da Conceição para casa. A ideia foi inspirada no Terço dos Homens da comunidade, que costuma visitar as famílias para rezar. “Como é difícil para a gente ir por ser mais distante, então Nossa Senhora vai”, explica Joana.