A Paróquia Santo Antônio, de Santa Bárbara, completou 295 anos no último sábado (16). Uma celebração, presidida pelo arcebispo de Mariana, Dom Airton José dos Santos, concluiu as comemorações. A comunidade, que recebeu pela primeira vez o pastor, havia se preparado para o dia com o tríduo, iniciado no dia 13.
Ao som do hino pontifício, Dom Airton foi recebido na igreja, enquanto aspergia os fiéis. “Foi ótimo. A gente preparou uma entrada para Dom Airton com faixa e apresentação da banda Santo Antônio. A igreja estava repleta e até a chuva deu uma trégua na hora”, diz o pároco, padre Elias Bartolomeu Leoni. Ele reforça que, além de celebrar 295 anos, a festa também teve a intenção de preparar a comunidade para o tricentenário da paróquia.
A comemoração também foi motivo de renovação do ânimo pastoral da comunidade. “Ao rememorar toda a caminhada de fé da Paróquia Santo Antônio, o empenho de sacerdotes, seminaristas, leigos e leigas, é possível perceber a importância da Paróquia para toda a cidade de Santa Bárbara, que nasceu a partir da fé, e ainda a desafiadora missão da Paróquia em anunciar Jesus para as gerações vindouras”, opina o seminarista Lucas Muniz, natural da cidade.
História
Fundada em 1724, pelo então bispo do Rio de Janeiro, dom Frei Antônio de Guadalupe, a história da paróquia de Santo Antônio está intimamente ligada ao crescimento da cidade de Santa Bárbara. Com a chegada dos bandeirantes, uma capela dedicada a Santo Antônio começou a ser construída em 1713. A obra, que foi realizada no período de ouro das Minas Coloniais, foi finalizada no começo do século seguinte.
Com o crescimento do povoado, a capela foi elevada à matriz e paróquia no dia 16 de fevereiro, sendo seu primeiro vigário o padre Manoel de Souza Tavares (1724 -1750). Os registros históricos apontam que à medida que o arraial crescia, outras igrejas e capelas iam sendo edificadas.
Mantendo a harmonia entre o barroco e o rococó, a matriz de Santo Antônio conserva em seu interior obras dos artistas Francisco de Faria Xavier Antônio, Martins Passos (no entalhe do altar) e Manoel da Costa Athayde (nas pinturas do altar-mor e teto da capela-mor).
Segundo relatos, Dom frei José da Santíssima Trindade, Bispo de Mariana, considerou a matriz de Santo Antônio a mais bela de todas as que visitou durante sua viagem pastoral realizada em 1821 pela diocese marianense. Entre os anos de 1998 e 2004, a matriz de Santo Antônio passou por um rigoroso processo de restauração.