O rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, da barragem da Mina do Feijó, em Brumadinho, e a missão do cristão foram temas do debate realizado pela Pastoral do Menor e a Escola de Cidadania no último sábado (16), no Centro de Pastoral em Mariana. Para conduzir as reflexões, a conversa contou com a presença do presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES-MG), Rogério Siqueira, do professor da Fundação Dom Cabral, Cláudio Bruzzi Boechat, e da Deputada Federal, Margarida Salomão.
Em sua fala, Rogério Siqueira, ressaltou que quando se rompe uma barragem, os impactos e consequências são incalculáveis. “Não sabemos por quantos anos iremos lidar com as consequências dessas tragédias”, disse. Ele sublinhou que os desastres ocorridos na área da mineração, reforçam a necessidade do país adotar uma política ambiental institucional forte e legalmente estruturada, que possibilite a preservação e a manutenção de uma ambiente seguro.
O professor da Fundação Dom Cabral, Cláudio Bruzzi Boechat, foi o responsável por refletir sobre a Carta encíclica Laudato Si', sobre o cuidado da Casa Comum, do Papa Francisco. Segundo ele, o Papa deixou muito claro que não existe distinção entre natureza e sociedade. “Na encíclica, Francisco reforça a necessidade de integrar, de ter a ecologia integral. Ele propõe um espaço de atitude da comunidade católica no campo do diálogo e da ação do cuidado. Precisamos mudar a nossa postura com a natureza”, disse.
Para o assessor arquidiocesano da Pastoral do Menor, padre Dario Chaves, o encontro foi muito positivo. “Muitas inquietações e dúvidas sobre o tema da barragem foram clareadas. Perguntas que me incomodavam foram respondidas”, disse. Padre Dario destacou que a fala da Margarida sobre a maior demanda do estado chamou sua atenção. “A maior demanda do estado e Minas hoje nem é a questão administrativa, mas é resolver a questão das barragens de mineração. Essa é a prioridade do estado. O que vamos fazer com a nossa MInas Gerais? Essa pergunta motiva todos os mineiros a entrarem na luta. E isso vai além do conceito de atingido, mas é uma questão de cidadania. Entrar na luta da desativação das barragens, desativação segura. E a luta pelo controle dos licenciamentos é uma questão de cidadania”, pontuou.
O assessor da Pastoral do Menor acrescentou que a participação dos adolescentes da Escola de Cidadania no encontro foi muito enriquecedora. “Eles fizeram muitas perguntas pertinentes. O que ressalta o avanço desses adolescentes”, disse.