“Quaresma, tempo rico da misericórdia de Deus”, disse Dom Airton

07/03/2019 às 14h24

“Iniciamos hoje o período da quaresma. Esse tempo é rico da misericórdia de Deus para todos nós. Deixemo-nos encontrar por Deus. Abramo-nos o nosso coração e a nossa mente para que o Senhor possa se encontrar conosco e nos fazer novos para o reino de Deus”, disse o arcebispo de Mariana, Dom Airton José dos Santos, na celebração de quarta-feira de Cinzas na Praça da Sé, em Mariana, no dia 6 de março.

Em clima de oração e penitência, a celebração reuniu milhares milhares de pessoas, padres e seminaristas da arquidiocese. Na ocasião também foi realizada a abertura oficial da Campanha da Fraternidade 2019 na arquidiocese.

Na homilia, Dom Airton ressaltou que a liturgia do dia reservou textos bíblicos que falam exatamente da disponibilidade de cada um para Deus. “Desde o profeta Joel, no antigo testamento, passando pelo texto da carta aos Coríntios e chegando ao evangelho, vemos que a nossa fé não é uma fé de intenção. A nossa fé exige um compromisso de cada um de nós. Exige um testemunho firme e é isto que queremos dispor neste início da quaresma”, disse. 

Segundo o arcebispo, o evangelho sugere três atitudes firmes e seguras. “A primeira é dar esmola. Infelizmente este gesto de se tornou um gesto banal. Quando falamos de dar esmola, dá a impressão de ser pouca coisa. De ser uma atitude por encargo de consciência. Mas, uma esmola verdadeira e fiel é igual a do Óbolo da Viúva, que deu tudo o tinha, mesmo sendo pouco. Tinha um coração generoso. A esmola não pode ser mesquinha, não pode ser as sobras. Ela é um gesto de confiança em Deus. É um gesto de colocar-se nas mãos de Deus”, pontuou.

Dom Airton sublinhou que o segundo gesto é da pessoa orante, que coloca-se diante de Deus para rezar e não diante das pessoas. “O evangelho nos diz, que se você quiser rezar deve fechar-se no seu quarto e fazer a sua oração. A oração precisa brota do íntimo do coração. Precisa ser uma atitude do filho diante do pai. Filho que reconhece a misericórdia do pai”.

Em sua fala, ele também comentou sobre a importância do jejum. “Todos somos chamados ao jejum. Jejuar não é passar fome. Jejuar é renunciar algum alimento. Renunciar significa não jogar fora, não deixar de comer apenas. Mas, ser um gesto que mostra que eu não deixo  as coisas do mundo me dominarem”. Dom Airton explicou que “a Igreja propõe a cada ano esses gestos simples, mas profundo, cheio de compromissos para sermos cada vez mais a imagem e semelhança de Deus”, disse.

Campanha da Fraternidade

Em todo o país, a abertura da Campanha da Fraternidade (CF) 2019, também, foi realizada nessa quarta-feira. A edição deste ano tem como tema “Fraternidade e Políticas Públicas” e lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça”.

Na celebração, Dom Airton lembrou que a Igreja no Brasil propõe que as pessoas treinem, de modo efetivo, a fraternidade entre os outros. “Para não ficarmos voltados para nós mesmos, de maneira egoísta, a Igreja nos pede que voltemos para os irmãos e irmãs. Ser fraterno significa ser irmão. Somos filhos e filhos de Deus”, disse.

O arcebispo destacou que a Campanha da Fraternidade não é uma campanha de recursos. “É para que cada um de nós, batizados, tenhamos a capacidade de nos convertemos à Deus e não ficarmos egoistamente voltados para nós mesmos. A Campanha da Fraternidade  quer despertar em todos nós a solidariedade no mundo em que vivemos. Ela quer nos inspirar para sermos mais solidários com os que mais sofrem. Quer nos educar para vida com os irmãos, com base na justiça e no amor, que são duas exigências centrais do evangelho”, ressaltou.

Dom Airton salientou que a CF deste ano propõe a fraternidade naquilo que deve ser para todos, as políticas públicas. “Não estamos falando de política partidária. Mas, de promoção de políticas públicas em benefício do povo, de todos nós. É preciso que haja políticas públicas fortes e seguras para que o nosso povo não sofra”, disse. O arcebispo acrescentou que “é preciso conhecer o que já é feito para ajudar a fortalecer e aquilo que não se faz, precisamos inspirar e ajudar”.

      


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