Mais de 100 representantes das paróquias da Região Norte estiveram presentes na Formação sobre Políticas Públicas, conduzida pelo professor de Filosofia, Carlos José Pires, no último sábado (16), no auditório do Colégio Providência, em Mariana.
O estudo foi baseado no texto base da Campanha da Fraternidade, que este ano debate o tema “Fraternidade e Políticas Públicas”. “Nós abordamos a importância de entender a cidadania como uma cidadania participativa e não somente passiva, como um instrumento de promoção de políticas públicas, que de fato dialogue com o governo que está no poder, independentemente de sua época”, esclarece o professor.
Carlos reconhece como fundamental a necessidade da Igreja debater temas como as Políticas Públicas, uma vez que ela “sempre foi protagonista do processo de mudança de estruturas violentas e de cultura de morte na sociedade”. Ele destaca que conscientizar o cidadão da importância da sua participação no entendimento das políticas públicas, dos direitos sociais, políticos e civis é torná-lo capaz de ser um agente transformador de realidades. “Um agente com informações e instrução para agir de modo preciso e direto em órgãos como conselhos municipais, organizações sociais, enfim, de toda a forma que a sociedade atual nos permite intervir e gerar participação com políticas de controle público no governo e no Estado”, diz.
O coordenador da Dimensão Sociopolítica, padre Marcelo Santiago, acredita que a formação pode ir além da apresentação exposta pelo professor e render frutos, como a criação de rodas de conversa nos bairros e comunidades. “É importante fazer as pessoas não se preocuparem somente com os seus problemas, do universo da família, mas se interessarem pela rua, pela comunidade, pela educação, saúde, segurança, transporte e saneamento básico. É importante levantar a situação que nos desafia e nos questionar: como vamos buscar respostas? Com quem nós vamos contar?”. Outro possível fruto destacado pelo padre é o fortalecimento das pastorais sociais.
Edvaldo César Rocha da Paróquia Cristo Rei, de Ouro Preto, revela que a formação mostrou que o cristão tem que estar inserido na política. “A gente vê que é nossa responsabilidade participar mais da política, só assim vamos conseguir o resultado que queremos, tanto na questão espiritual quanto na material”.