Padres das cidades de Congonhas, Itabirito, Mariana, Ouro Preto, Ouro Branco e Santa Bárbara estiveram reunidos na manhã desta sexta-feira (22), em Ouro Preto (MG), para debater sobre a realidade das barragens e da mineração nos municípios que pertencem à arquidiocese de Mariana.
O pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Glória, em Passagem de Mariana, padre Geraldo Martins, foi o responsável por apresentar a realidade das barragens e conduzir a reflexão. Segundo ele, no total, 13 municípios da arquidiocese possuem algum tipo de barragem e que só depois de Mariana muitos começaram a perceber as barragens. “Os crimes da Samarco, em Fundão, e da Vale, em Brumadinho, despertaram a sociedade brasileira para essa questão que passava despercebida a muitos, que a questão das barragens, da mineração, dos impactos que isso traz para vida social, ambiental e econômica”, disse.
Padre Geraldo ressaltou que essa reunião é fruto do esforço dos padres, de municípios que possuem barragem, para compreender a complexidade da atividade mineradora, suas implicações econômicas, sociais e humanas e, ao mesmo tempo, buscar uma articulação para que a Igreja dê a sua contribuição neste momento tão importante. “O nosso esforço é conhecer essa realidade e trazer, à luz da palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja, a nossa contribuição para construirmos uma sociedade justa, fraterna e que tenha a pessoa humana como centro, em sua dignidade e direitos, respeitando, também, o meio ambiente”, ressaltou.
O pároco de Nossa Senhora do Pilar, em Ouro Preto, padre Marcelo Santiago, sublinhou que eles não são contra mineração. “Somos contra um tipo de mineração que não oferece segurança para a população, que só olhar o lucro”, disse.
No final da reunião, os impactos com o rompimento da barragem de Fundão foram apresentados. A assessora jurídica da Arquidiocese, Ana Clara Gomes Lima Pinto, falou do acompanhamento das questões de patrimônio da arquidiocese e padre Geraldo Martins ressaltou a caminhada dos atingidos desde o dia 5 de novembro 2015 e a assessoria prestada pela arquidiocese neste tempo.
Para dar prosseguimento e juntar forças no debate, o grupo agendou uma nova reunião para maio, em Itabirito (MG). A proposta que outros padres e leigos participem das próximas reflexões e encaminhamentos.