“Ser leigo é uma vocação. Ser um cristão leigo é uma vocação que nos envolve por inteiro”, destacou Nair Marta do Nascimento, responsável pela formação “Cristãos leigos e leigas: vocação, identidade, espiritualidade e missão”, tema central do III Seminário Arquidiocesano do Laicato, realizado no último final de semana (23 e 24) na Casa São José, em São José do Triunfo, distrito de Viçosa.
Com uma abordagem bíblica, Nair introduziu o tema aos participantes, ressaltando a importância de um cristão ter consciência de sua vocação para, a partir daí, adquirir a identidade cristã, a vivência da espiritualidade e o sair em missão. “Quando Deus chama é para que a pessoa esteja íntima d'Ele e seja íntima a Ele porque Ele ama. Quem procura dar a resposta é quem faz a experiência de ser amado. Se a pessoa não faz essa experiência, fica muito difícil e é aí que ocorrem as desistências. Em casamentos mesmo, quantas vezes a gente não encontra essa situação?” convidou os participantes à reflexão.
De acordo com a presidente do Conselho do Laicato da Arquidiocese (CLAM), Sônia Maria Barbosa, a escolha do tema teve a intenção de incentivar os cristãos a questionarem quem eles são, enquanto leigos, e quais são seus papéis e missões. “É importante aprofundar, alimentar essa espiritualidade para que eu saiba onde é que eu vou atuar. A partir do momento que eu sei quem sou, espiritualmente estou fortalecido. Assim, eu não tenho medo de atuar na política, na sociedade, na Igreja”, explica.
Também fez parte da programação do seminário a Análise de Conjuntura do professor Werbert Cirilo Gonçalves, que apresentou a sua análise da realidade religiosa e política atual, a leitura da carta do novo coordenador arquidiocesano de pastoral, padre Edmar José da Silva, que expressou sua vontade de dar “sequência a todo processo de valorização do laicato pelo qual passou a nossa Igreja particular de Mariana nos últimos anos” e a leitura da justificativa da ausência do assessor do Conselho do Laicato, padre José Antônio de Oliveira, que passou por uma cirurgia de hérnia inguinal. "Podem estar certos de que estarei em sintonia, em comunhão e preces", assegurou.
Juventude
Um dos maiores destaques do seminário foi a presença da juventude. Jovens da Pastoral da Juventude, Filhos de Maria, Shalom e Encontro de Jovens com Cristo participaram do Seminário, que trabalhou o tema Juventude em oficinas na parte da tarde do sábado e na formação do Projeto Arquidiocesano de Evangelização (PAEJU) e do Sínodo dos Bispos sobre a juventude, feita pelo assessor da Pastoral da Juventude, padre Luiz Paixão, na manhã de domingo.
Na opinião da presidente do CLAM, ao assumir a periferia juventude, o Seminário deixa a mensagem de que toda a Igreja precisa assumi-la. "Incentivar os jovens a participar do Seminário do Laicato é uma forma de integrar as diferentes faixas etárias. Por isso, temos que conhecer o PAEJU e saber qual o papel deles, onde vão atuar e como vamos fazer isso juntos”, aponta Sônia.
José Euzébio de Oliveira, de Porto Firme, vê a participação da juventude como a maior vitória conquistada pelo 3ª seminário. "Temos uma juventude, que nas diversas expressões juvenis e movimentos, realiza coisas maravilhosas em diversas comunidades e paróquias espalhadas em nossa Arquidiocese, e esta juventude nos dá uma injeção de ânimo para os nossos trabalhos", afirma. Ele expressa que a cada ano sai do seminário com o "coração ardendo de desejo de ser cada vez mais sal da terra e luz do mundo" e vê a contribuição destes eventos para que a Igreja se torne cada vez mais acolhedora, missionária e à serviço da vida.
Para Durval Batista Roque, de Senhora de Oliveira, além de formar, o Seminário do Laicato traz aos leigos a sensação de reconhecimento dos seus trabalhos. “O que nos motiva a vir é ver esse valor do leigo, a gente tem aquele impulso para caminhar e viver numa Igreja em Saída. Quando vemos o entusiasmo dos padres, de como valorizam e incentivam, ficamos empenhados também”, revela.
