Igreja do Divino Espírito Santo, em Congonhas, recebe doação de sacrário do artista Hélio Petrus

11/04/2019 às 13h03

A igreja do Divino Espírito Santo, pertencente a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Congonhas (MG), recebeu a doação de um sacrário do artista Hélio Petrus. “A doação do sacrário mostra a generosidade do Hélio Petrus. Ele é um grande artista do barroco e só temos que agradecer-lhe. Esse sacrário ficará na igreja do Divino Espírito Santo, uma igreja que está sendo construída em Congonhas e será instrumento de unidade para vários bairros. O sacrário expressa a arte em alto relevo, o valor da expressividade artística do barroco e todo o atelier do Hélio Petrus participou. Essa igreja será um grande benefício para Congonhas e região”, disse o pároco, padre Paulo Barbosa.

Padre Paulo explica que a nova igreja irá relembrar a antiga fachada de igreja da mina casa de Pedra, que foi demolida. “Essa igreja ficava em uma área de mineração. Ela foi demolida e a empresa não compriu o combinado de reconstruí-la. Então, toda a fachada da igreja será relembrada nesta atual construção”, explica o pároco. A obra, que está sendo realizada há 2 anos e 4 meses, se encontra  em fase de acabamento.

O sacrário já foi levado para Congonhas. Ele está na igreja de Nossa Senhora da Conceição, onde se encontra em uma exposição e depois será levado para a igreja do Divino Espírito Santo.

 

O neobarroco de Hélio Petrus

 

Uma das ruas mais conhecidas do Centro histórico de Mariana, a Rua Dom Silvério, guarda um atelier de preciosidades do neobarroco. Criadas pelo artista, Hélio Petrus, cada peça carrega a beleza e a técnica de quem doou sua vida a produção da arte do entalhe em cedro.

Natural de Felipe dos Santos, povoado distante 50 km de Mariana, Hélio veio para a primaz de Minas ainda criança, onde fez o curso primário, estudou no seminário, foi poeta, músico, estudante de Direito e até prefeito da cidade. Sua vocação artística foi despertada aos 25 anos, onde passou a estudar e conhecer o barroco com mais profundidade, principalmente a obra de Aleijadinho, Vieira Servas e Athayde, os grandes artistas mineiros do século XVIII.

“Fui aprendendo a partir da observação e estudo das obras dos grandes mestres do barroco, presentes em nossas igrejas e museus, principalmente das obras do genial mestre Aleijadinho”, explica o artista.

De imagens de Nossa Senhora da Conceição a São Francisco, de anjos e arcanjos, a arte sacra sempre foi o seu tema preferido. “Sou um dos poucos artistas plástico que trabalha a talha e a escultura em madeira. Eu considero a talha um trabalho mais original. Talha é o termo popular. Mas, o termo técnico é o relevo, baixo e alto relevo. Os meus relevos, geralmente, projetam a cenas da história da vida de São Francisco e Nossa Senhora”, disse. Hélio explica que seu trabalho é considerado como neobarroco. “O que faço é procurar transmitir uma releitura do barroco de uma forma mais suave, pela alegria e jovialidade dos santos e através de cores claras em pátina, madeira encerada e policromia”, ressalta.

Desde sua primeira obra, já se passaram 51 anos de dedicação e trabalho. Hélio afirma, que mesmo com o tempo, o processo de criação continua sendo o mesmo. “Macete, formões, goivas de diferentes tamanhos e formatos são as ferramentas que eu utilizo. As esculturas sempre são no estilo neobarroco. Elas são obras tridimensionais, onde os entalhes ou relevos são trabalhados, somente, frontal ou lateral”, explica.

Reconhecimento

O reconhecimento do trabalho do artista mineiro vai além das fronteiras do estado. Em 2013 a Embratur, Instituto Brasileiro de Turismo, presenteou o Papa Francisco com uma de suas obras. “Fui procurado pela Embratur para presentear o Papa Francisco com uma escultura de São Francisco. Eu, também, fui agraciado pela embratur em poder destinar um de meus trabalhos, que é realmente  o tema que eu sempre me dediquei, para o pontífice”, afirma Hélio.

 

Confira algumas obras de Hélio Petrus. Para conhecer mais sobre o atelier acesse: http://heliopetrus.com.br/


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