Dom José Carlos reflete sobre as lições da paixão no Sermão do Encontro, em Mariana

17/04/2019 às 12h40

Ter o Pai sempre presente pela via de oração. Solidarizar-se com quem está na experiência do sofrimento. E deixar-se ajudar por quem aprendeu a lição da compaixão. Estas foram as três lições da paixão apresentadas pelo bispo de Divinópolis, Dom José Carlos de Souza Campos, no Sermão do Encontro, proferido na noite da última terça-feira (16), em Mariana.

Utilizando como exemplo as ações de Jesus antes e durante a crucificação, Dom José Carlos reforçou que, como nós, Jesus também sentiu tristeza, pavor e perturbação. Mas, por três vezes, invocou o Pai: na agonia do horto, para pedir perdão pelos que não crêem e matam e para entregar o seu espírito.  “O sofrimento pode ser o lugar da descrença e do abandono de Deus e da fé, do desespero e da aflição, como pode ser o lugar do abandono nas mãos de Deus, do esvaziar-se a si mesmo para encher-se da presença, do poder e da força salvadora de Deus”, disse.

O bispo de Divinópolis ressaltou que “só rezaremos com confiança, perseverança e espírito filial, quando chegar a dor, a cruz e a morte, se tivermos rezado o tempo todo, a vida toda, a toda hora. A oração nos tempos bons nos educa para rezarmos também nos tempos ruins e difíceis”.

O pregador deu destaque à solidariedade de Jesus, que não contemplou apenas o seu sofrimento, mas rezou para que a fé de Pedro não se apagasse, consolou as mulheres que choravam por sua causa e se ocupou da fé que surgiu no coração do condenado ao seu lado. “A segunda lição da paixão é esta: solidarizar-nos, rezar, estar perto dos que sofrem, partilhar a dor, sofrer juntos, olhar para além da nossa dor. No meio das nossas dores e sofrimentos, será um bálsamo precioso enxergar e estar perto de outros em situação semelhante”.

Ao pedir para que os andores das imagens do Senhor dos Passos e de Nossa Senhora das Dores se aproximassem, Dom José Carlos deu destaque a ajuda oferecida por Maria, Simão de Cirene e Verônica, apresentando a terceira e última lição: ser humilde e deixar-se ajudar. “O evento desta noite nos põe diante da primeira ajuda. Um encontro de olhares. Sem palavras e histerias. Com lamentos e afetos. Um encontro transbordante de amor e presença. Não é qualquer uma: é a mãe, a sua mãe. Sua mãe sem José! O que a torna ainda mais corajosa e ousada! ‘Coragem, filho, avante! Teu amor ainda não tocou o extremo! Não estás sozinho! – talvez pensamentos da mãe”, ponderou.

               

Procissão do Encontro

A procissão com a imagem do Senhor dos Passos saiu do adro da igreja de Nossa Senhora do Rosário, após a celebração presidida pelo arcebispo de Mariana, Dom Airton José dos Santos, e concelebrada por Dom José Carlos e o pároco da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, padre Geraldo Barbosa. Dom Airton fez as paradas nos três passos presentes no trajeto até a Praça Minas Gerais com o Santo Lenho, uma relíquia da Cruz em que Jesus foi crucificado.

Da Capela de Nossa Senhora de Nazaré, no bairro São José, saiu o andor com a imagem de Nossa Senhora das Dores, após a celebração presidida pelo pároco da Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, padre Anderson Eduardo de Paiva.  

 

Leia na íntegra o sermão de Dom José Carlos.

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