Uma das tradições religiosas mais antigas de Congonhas, a Festa de Santa Cruz, que celebra a fé cristã e a proteção divina, será realizada de 2 a 5 de maio, na Capela de Nossa Senhora Aparecida, na comunidade do Barnabé, em Congonhas. A programação contará com missas, procissões e a 2ª Exposição de Cruzes, com votação da cruz mais original ou tradicional. As cruzes serão vendidas durante as celebrações, e a renda será investida em melhorias no salão comunitário da comunidade. O evento tem o apoio da Prefeitura, por meio da Secretaria de Cultura.
O Dia da Santa Cruz é celebrado em 3 de maio e, conforme registro no livro de Tombos da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, essa tradição é mantida em Congonhas, desde 1915, por duas comunidades ex-quilombolas: Campinho e Barnabé.
Geralmente adornadas com flores, retalhos, papel crepom ou de seda, as cruzes são colocadas nas fachadas das casas, sempre junto à porta principal, onde permanecem durante todo o ano. Os adereços são pendurados para proteção divina, para afastar a fome e a doença, além de afugentar todo o mal e as energias negativas.
As cruzes enfeitadas e os terços de contas de lágrimas são os únicos artesanatos deferidos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e outros órgãos do Estado, com venda permitida no Museu de Congonhas.
Segundo o pároco, padre Paulo Barbosa, a festa da Santa Cruz, logo após a ressurreição, expressa a vitória da cruz contra o mal e as injustiças. “Jesus Cristo ressuscitado faz com que a cruz, instrumento anteriormente de escândalo, de ridicularidade e e derrota, se torne um sinal emblemático do amor e da libertação. A comunidade do Barnabé, tem como padroeira Nossa Senhora Aparecida e a Santa Cruz. Todos os anos, eles exaltam a santa cruz no dia 3 de maio, conforme a tradição local e o calendário da Igreja. Essa é uma festa que trás o memorial de um povo e, também, proclama a alegria dos cristãos em celebrar a cruz como um sinal do crucificado ressuscitado por amor a todos nós”, disse.
A tradição das cruzes traz boas recordações para a Colaboradora da Pastoral Comunitária do Barnabé e idealizadora, Graça Reis, que, desde a infância, se relaciona com o culto à Santa Cruz. “Vejo com tristeza as tradições mais bonitas de nosso povo se perdendo no tempo. Muitas culturas já não existem mais ou estão se esvaindo, como o toque dos sinos, o congado, as Folias de Reis, etc. Por isso, nosso empenho em resgatá-la e mantê-la. Não podemos deixar desaparecer este patrimônio imaterial tão rico, simples e lindo, que é o das cruzinhas enfeitadas e abençoadas, fixadas nas portas ou janelas de nossas casas”, destaca.
Fonte: Prefeitura de Congonhas