O Papa Francisco e a Juventude

15/05/2019 às 13h59

Pe. Edmar José da Silva
Coordenador Arquidiocesano de Pastoral

 

O Projeto Arquidiocesano de Evangelização (PAE/ 2016-2020) da Arquidiocese de Mariana está em profunda comunhão e consonância com o Magistério e as preocupações do Papa Francisco. Ao definir as periferias pobreza e juventude como prioridades pastorais para este ano de 2019, a nossa Igreja particular direciona o seu olhar para uma das grandes linhas de reflexão e ação do Papa Francisco, a juventude. 

No ano de 2018, o Papa Francisco promoveu o sínodo dos bispos sobre a juventude. Como fruto deste Sínodo, publicou no dia 25 de março de 2019 a Exortação Apostólica Pós- Sinodal Christus vivit (Cristo Vive), endereçada a todo povo de Deus, mas de modo especial aos jovens.

Neste artigo, quero me ater ao Capítulo VII da Exortação, intitulado “A pastoral dos jovens”, em que o Papa Francisco oferece preciosas pistas de ação para uma pastoral chamada de “juvenil”.Ele introduz o capítulo constatando que a pastoral juvenil sofreu o embate de muitas mudanças sociais e culturais nos últimos anos e que o crescimento de novas associações e movimentos juvenis são frutos da ação do Espírito Santo que abre novos caminhos. Dentro deste contexto, ele mostra a necessidade de integrar estes novos grupos juvenis na Pastoral de Conjunto da Igreja e de promover uma maior comunhão entre eles.

Segundo o Papa Francisco, os próprios jovens devem ser os agentes da Pastoral juvenil e devem ter a liberdade para encontrarnovos caminhos para a evangelização dos jovens, com criatividade e audácia. Além disso, ele incentiva a aproveitar as boas práticas que têm sido realmente atraentes para aproximar os jovens de Cristo e da Igreja, independentemente delasserem consideradas “progressistas ou conservadoras”, “de esquerda ou de direita”.  Dentro deste contexto, o Papa ressalta que a igreja deve atrair os jovens exatamente por ser uma rede de dons e carismas variados e não uma instituição “monolítica”.

A pastoral juvenil, no parecer do Papa Francisco, deve envolver duas grandes linhas de ação: a busca e o crescimento. Com relação à primeira linha de ação- a busca-, escreve o Santo Padre: “confio na capacidade dos próprios jovens, que sabem encontrar os caminhos atraentes para convocar. Sabem organizar festivais, competições esportivas e, inclusive, nas redes sociais, com mensagens, canções, vídeos e outras iniciativas. Apenas é preciso estimular os jovens e dar-lhes liberdade para que se entusiasmem com a missão nos ambientes juvenis. O primeiro anúncio pode despertar uma profunda experiência de fé em meio a um ‘retiro de impacto’, em uma conversa de bar, em um intervalo da faculdade, ou por qualquer um dos insondáveis caminhos de Deus; porém, o mais importante é que cada jovem se atreva a semear o primeiro anúncio nesta terra fértil que é o coração de outro jovem”. Nesta busca, deve- se valorizar a linguagem da proximidade, do amor desinteressado, da coerência, do testemunho cotidiano que toca o coração, desperta esperança e desejos. Não se pode substituir a gramática do amor pelo proselitismo.

Com relação à segunda pista de ação, o crescimento, o Papa aconselha aos movimentos juvenis a não ficaremdemasiadamente preocupados com a transmissão de doutrina ou de orientação moral para os jovens, depois deles terem feito uma profunda experiência de encontro pessoal com Jesus. Segundo ele, deve-se continuar investindo no Kerigma, na experiência fundante do encontro com Deus através de Cristo morto e ressuscitado e no crescimento da prática do amor fraterno, do serviço e da vida comunitária. Portanto, a pastoral juvenil deve sempre incluir momentos que ajudem a renovar e aprofundar a experiência pessoal do amor de Deus e de Jesus Cristo vivo. Para isso, deve usar recursos diversos como testemunhos, canções, momento de adoração, espaço de reflexão da Palavra de Deus, etc. Não se deve substituir a beleza da experiência do encontro por uma “doutrinação”.

 

 

 

 

 


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