Dia Mundial das Comunicações é celebrado em Encontro de Comunicadores com Dom Airton

27/05/2019 às 11h34

Celebrando o Dia Mundial das Comunicações, o Departamento Arquidiocesano de Comunicação (DACOM), em parceira com a Faculdade Dom Luciano, promoveu o 5° Encontro de Comunicadores com o Arcebispo no último sábado (25), no auditório da Faculdade. A edição deste ano foi a primeira com a presença de Dom Airton José dos Santos. Cerca de 120 pessoas participaram do encontro, entre elas agentes da Pastoral da Comunicação (Pascom), comunicadores e seminaristas.

Abordando a mensagem do Papa Francisco sobre o Dia Mundial das Comunicações, que tem como tema “'Somos membros uns dos outros' (Ef 4, 25): das comunidades de redes sociais à comunidade humana", Dom Airton foi o primeiro palestrante da manhã. Ele iniciou a sua fala comentando a introdução da mensagem, em que o Papa aponta que a Igreja sempre procurou promover seu uso a serviço do encontro entre as pessoas e a solidariedade entre todos.

“Com essa mensagem, o Papa nos convida a refletir sobre o nosso ser-em-relacionamento. Somos seres em relação, não somos isolados. Quando a pessoa começa a se fechar em si mesmo, a não ter relação com os outros, isso já é tido como um problema. Se eu me fecho, eu começo a ficar doente. A minha saúde física, espiritual e psicológica começam a ficar fragilizadas”, disse Dom Airton.

Segundo ele, no projeto de evangelização é possível encontrar uma rede de comunidades, mas é preciso se perguntar como essa rede está. “Ela está boa? Ela tem nó? Uma rede sem nó não pega peixe. Uma rede furada escapa tudo. O que liga um ponto ao outro? Se não tiver uma linha que liga um ponto a outro não é uma rede. Você pensa que é, mas quando você usa não funciona. Uma rede de comunidades significa pontos ligados entre si, solidariedade, fraternidade, ajuda mútua”, afirmou.

As metáforas das redes e a metáfora das comunidades foram outros pontos de destaque na mensagem, apresentados pelo arcebispo. “Estamos em uma sociedade onde as pessoas não tem mais rostos, não tem mais identidade, não tem mais características próprias. Estamos em um contexto onde existe um mapa universal, onde todas as pessoas são rotuladas. Não temos conhecimento da verdade e temos medo de chegar perto daquilo que vai nos trazer um conhecimento verdadeiro. Na complexidade deste cenário é útil refletir sobre a metáfora da rede. Colocada inicialmente como fundamento da internet”, disse.

Dom Airton acrescentou que o Papa afirma que a rede funciona graças a coparticipação de todos os elementos. “Se temos uma rede existem elementos que colaboram com ela. Somos esses elementos que fazem a rede existir e funcionar. Não é a tecnologia. A tecnologia está à serviço. Nós somos os elementos principais dessa rede. A metáfora da rede lembra outra figura densa de significados, que é a comunidade. Como rede solidária, a comunidade requer escuta recíproca”, relatou.

O arcebispo também falou das Fake News e dos desafios das redes sociais. “Nesse espaço todas as pessoas têm voz, o que gera o aumento de desinformação. E e dentro dos grupos mais estreitos que se compartilha mais notícias falsas. É dentro dos grupos de família que mais encontramos o compartilhamento de notícias falsas”, acrescentou Dom Airton.

Segundo Dom Airton, as pessoas foram feitas para criar pontes e não abismos. “Precisamos fazer pontes entre as pessoas, entre as circunstâncias. Não criar distâncias, abismos. Por isso, o Papa afirma sobre os grupos que excluem. Que alimentam no próprio ambiente digital o individualismo desenfreado, acabando, às vezes, por inspirar discursos de ódio. Assim, aquela que deveria ser uma janela aberta para o mundo, torna-se uma vitrine para o narcisismo”, disse.

Finalizando sua fala, Dom Airton abordou a terceira metáfora presente na mensagem do Papa, a do corpo e dos membros, que São Paulo usa para falar sobre a relação de reciprocidade entre as pessoas, fundada em um organismo que as une. “Essa metáfora nos leva a refletir sobre a nossa identidade, fundada na comunhão e na alteridade. Como cristãos, todos nós reconhecemos como membros do único corpo do qual Cristo é a cabeça. Se nós somos membros uns dos outros, se somos membros do corpo, eu não posso ter interesse em destruir o outro. Porque se eu destruo o outro, eu estou destruindo a mim mesmo.

Leia na íntegra a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais

Cultura e Comunicação

O segundo momento do encontro foi a palestra da professora Deolinda Alice dos Santos sobre o tema “A cultura mineira e a comunicação na construção de relações”. Em sua fala, Deolinda apontou os aspectos da cultura tradicional mineira e sublinhou que cada região da arquidiocese possui o seu patrimônio cultural e imaterial próprio.

Para o Diretor do Dacom, padre Paulo Barbosa, o encontro foi positivo.  “Primeiramente, porque buscou a integração entre a comunicação diocesana e a Faculdade Dom Luciano iniciando uma reflexão importante para os tempos atuais. Nesta questão temática vimos a necessidade de comunicar a verdade, pela transparência, pela busca de sentido, superando toda mentira e falsidade. Também a importância de buscar as raízes da nossa cultura para melhor aprimorarmos esse auto conhecimento, para oferecermos o melhor de nós para os tempos atuais”, destacou.

A integrante da Pascom da Paróquia Divino Espírito Santo de Ouro Branco (MG), Alessandra Dias Sabino, afirmou que o encontro foi  excelente. “A forma que foi abordado por dom Airton sobre a mensagem do papa foi muito boa. Ele conseguiu colocar com  clareza cada pedacinho da mensagem. A segunda palestrante, a senhora Deolinda, também ensinou e, ao mesmo tempo, descontraiu”, disse.

O assessor arquidiocesano da Pastoral da Comunicação, Padre Edir Martins, ressaltou que foi surpreendente o modo como se desenvolveu o encontro. “O envolvimento dos participantes a partir da clareza como foram desenvolvidos os temas foi muito bom. A presença de Dom Airton marca a eclesialidade deste trabalho, ao mesmo tempo a abertura ao diálogo com as diferentes formas de comunicação presentes em nossa Arquidiocese. Percebemos a riqueza das nossas expressões culturais e como elas comunicam a nossa história. Mais uma edição do Encontro de Comunicadores encerrada com sucesso e aguardamos os frutos de todo o processo para a construção deste encontro a partir dos encontros regionais”, afirmou.

 


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