Padre Nequinho relata sobre sua experiência na CNBB

04/06/2019 às 12h22

Padre Antônio Silva da Paixão (padre Nequinho) retornou à arquidiocese de Mariana (MG), depois uma década de serviços prestados à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ele foi para Brasília, em 2009, e foi secretário-executivo do Instituto Nacional de Pastoral (INP), organismo ligado ao Secretariado da Conferência que organiza estudos, palestras e seminários em todo o país. Em março de 2010, a convite de dom Dimas Lara – na época secretário-geral da CNBB – padre Nequinho assumiu a subsecretaria-geral, cargo que ocupou até maio deste ano.

O Departamento Arquidiocesano de Comunicação (DACOM) conversou com o padre Nequinho sobre sua experiência na CNBB e sua expectativa ao retornar para a arquidiocese.

Leia a entrevista na íntegra:

DACOM: Quais são os pontos positivos desta experiência na CNBB?

Padre Nequinho: Servir é sempre uma grande bênção. Oportunidade para dispor ao bem de todos/as os dons com que Deus nos premiou. Servir a Igreja, na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em especial, no âmbito de secretariado-geral, é uma experiência única. Uma verdadeira escola. Uma riqueza. Posso resumir assim os aspectos positivos: conheci, por dentro e de dentro, a ação do colegiado dos Bispos brasileiros, em nível de Igreja inserida na sociedade. Uma graça muito especial. Só posso agradecer.

DACOM: Como o senhor avalia o trabalho da CNBB?

Padre Nequinho: A mais bem intencionada avaliação não alcançaria o real trabalho da CNBB. É uma instituição muito grande, na sua abrangência sócio-eclesial, com incidência nacional e internacional. Posso referir-me ao trabalho do secretariado-geral, durante os últimos oito anos, em sua responsabilidade com os cuidados com a sede nacional, com os colaboradores/as e com a logística geral, para a facilitação das atividades da Assembleia Geral, dos conselhos (Permanente e Episcopal Pastoral), das comissões episcopais, dos grupos de trabalho e demais eventos acolhidos nesse espaço. Em conclusão: foram alcançados 90% dos objetivos propostos. A estrutura necessária está preparada para os próximos passos. Deus seja louvado!

DACOM: O que muda na estrutura da CNBB com a nova presidência eleita?

Padre Nequinho: Podemos afirmar que não haverá mudanças na estrutura. Haverá aperfeiçoamento no modo de levar adiante o cumprimento da missão, sempre única: Evangelizar.

DACOM: Como o senhor vê a CNBB no enfrentamento das realidades atuais?

Padre Nequinho: Sou testemunha de que, independente de juízos de outros segmentos da sociedade como um todo ou de grupos eclesiais, a CNBB sempre se posiciona em favor dos empobrecidos, dos marginalizados, dos descartados. Maioria nessa sociedade que coloca o dinheiro, o lucro acima das pessoas. É da natureza da CNBB falar e fazer do jeito de Jesus. Jamais poderia ser diferente.

DACOM: Sobre as demandas indígenas e ambientais, quais são os principais apontamentos da CNBB?

Padre Nequinho: São duas causas inseparáveis. Em relação à defesa dos povos indígenas, é extremamente importante o trabalho do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), um órgão vinculado à CNBB, especializado nas questões indígenas e muito presente no difícil enfrentamento pela proteção dos direitos e terra das nações indígenas.

Em relação à questão ambiental, recordamos as Campanhas da Fraternidade, a criação da Comissão Especial para a Amazônia e a participação na Rede Eclesial Pan-Amazônia (REPAM), “plataforma” do Sínodo Especial para a Pan-Amazônia, o Grupo de Trabalho sobre a mineração.

DACOM: As Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil foram aprovadas na última Assembleia Geral. Essas Diretrizes irão dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos na Igreja no Brasil nos últimos anos?

Padre Nequinho: As Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) 2019-2023 estão em nível de continuidade com as anteriores. Aperfeiçoando, atualizando e propondo ações pastorais para o momento presente. Indicam o caminho escolhido pelos nossos bispos, com colaboração de muitos agentes de pastoral, para o serviço no hoje do nosso país. São indicativos do desejo da ação pastoral conjunta: “muitos membros, um só corpo”.

DACOM: O senhor está retornando para a Arquidiocese de Mariana, quais são as suas expectativas?

Padre Nequinho: Senti muita falta daqui. Retorno completamente livre, querendo readaptar-me à nossa realidade específica, para melhor servir. Não cultivo expectativas. Tenho esperança. Coloco-me nas mãos da Providência de Deus. Estarei disponível e disposto.

 


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