Atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão continuam ocupando escritório da Renova

17/06/2019 às 15h15

Os atingidos e atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão continuam ocupando o escritório da Fundação Renova, no bairro São Pedro, em Mariana (MG). O ato, que nesta  segunda-feira (17) chegou ao seu décimo quinto dia, foi iniciado após uma reunião com a Fundação, onde os atingidos entregaram uma carta contendo 19 pontos de reivindicações e não receberam retorno.

Entre os principais pontos da carta, destacam-se a reivindicação do direito de serem reconhecidos como atingidos, o direito de receberem o pagamento de auxílio financeiro emergencial e de terem a inclusão de seus nomes no cadastro para fins de indenização, reparação e compensação.

O grupo que está ocupando o escritório é constituídos em sua maioria por garimpeiros e pescadores de Barra Longa, Acaiaca e Mariana. “Estou desde o primeiro dia. Iremos aguardar até quarta-feira, se a Renova não responder iremos pensar em novas ações. Não podemos ficar quietos. A Renova não está resolvendo nada”, afirma o garimpeiro de Acaiaca, Clodomiro de Castro.

Reunião com a Renova

Na última quinta-feira (13), os atingidos estiveram reunidos com o presidente da Fundação Renova, Roberto Waack, no Centro Arquidiocesano de Pastoral, em Mariana (MG), para apresentar os pontos da carta. Segundo padre Geraldo Martins, a arquidiocese de Mariana fez a mediação para a retomada do diálogo dos atingidos com a Renova. “A Fundação escutou os questionamentos e ficou de estudar os pontos da carta. Uma resposta será apresentada na próxima quarta-feira”, disse.

Entenda o caso

Um grupo de atingidos se reuniu com representantes da Fundação Renova, no dia 3 de junho, para apresentar uma carta contendo 19 pontos de reivindicações. A reunião estava em andamento até o momento em que a Renova se retirou sem concluir as negociações. Diante disso, os atingidos decidiram ocupar o local, aguardando resposta da Fundação às suas reivindicações.

Uma média de 40 pessoas têm permanecido na ocupação constantemente. Mas, ao longo dos 15 dias mais de 200 atingidos já passaram pelo local. “Sou de Bento e até hoje eu não fui considerado atingido. Fiz o cadastro, perdi minha casa e agora moro com meu irmão. Não recebo nenhum auxílio da Renova. Vi o pessoal lutando pelos seus direitos e vim apoiar a causa na ocupação”, disse Silvano Pascoal, atingido de Bento Rodrigues. 

 


Voltar

Confira também: