Conferência sobre a relação entre pais e filhos encerra Congresso Arquidiocesano da Pastoral Familiar

24/06/2019 às 15h05

“Quando tendemos a dizer que são somente ‘aborrecentes’, que estão em uma fase que não tem jeito, que ninguém dá conta, é mentira. É uma teoria mentirosa porque adolescente é gente. E é um processo pelo qual também passamos e no qual alguém esteve presente conosco”, introduziu o Frei Gustavo Barbiero, da Ordem dos Agostinianos Recoletos, que conduziu a quarta e última Conferência do V Congresso Arquidiocesano da Pastoral Familiar, na manhã do último domingo (23), em Piranga.

Frei Gustavo, vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Consolação, de Cachoeiro do Itapemirim, Espírito Santo, abordou sobre o tema “Acompanhamento de adolescentes e jovens na família, à luz do capítulo VII da Amoris Laetitia”, levando os participantes a refletirem sobre como é preciso que os pais estendam as mãos aos seus filhos para que eles se sintam acolhidos.

Na opinião do Frei, o maior empecilho hoje na relação entre pais e filhos é a não abertura ao processo formativo, quando os pais não sabem educar e só querem impor. “Temos que pensar sempre também na abertura do filho com o pai e a mãe e na abertura do pai e da mãe com seus filhos. Precisa ser uma abertura recíproca que se não existir pode vir a ser um grande empecilho. Abertura eu digo como o propósito de mudança, de ouvir por mais que seja difícil, já que o mundo tenta falar que temos que ser independentes”, expõe.

A exortação pós sinodal Amoris Laetitia pode ser um guia para os casais que desejam melhorar a convivência na família. É o que diz Frei Gustavo, ressaltando que se um terço do que está lá for feito, a família terá uma vida com muito mais amor e carinho. “Não que não tenha problema. O papa, em momento nenhum, diz que aquilo é uma varinha mágica que vai resolver todos os problemas. Vai dar pistas, mas se o casal não fizer uma autorreflexão e um propósito de mudança, dificilmente vai fazer milagre na vida das pessoas. Seja em relação à vida, em relação aos casais consigo mesmo, em relação aos filhos e aos diversos temas que ela trata. Sempre vai ser uma exortação bem atual e bem prática”, revela.

Após a Conferência, os participantes assumiram os pontos da carta compromisso do Congresso, que devem ser postos em prática pelos próximos três anos. “É importante articular com outras pastorais, principalmente com a do batismo, com a catequese, com os movimentos como ECC, para fazermos um trabalho melhor em favor das famílias”, aponta Thelma Rosane Figueredo Trindade, coordenadora arquidiocesana da Pastoral Familiar junto a seu marido, Marcos Antonio dos Reis Trindade.

A missa de encerramento foi presidida pelo Frei Gustavo e concelebrada pelo pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, de Piranga, padre Reginaldo Coelho da Costa. Ao final, foi feito o envio das pessoas que compõem o Núcleo de Formação e Espiritualidade (NFE). “O núcleo agora está chegando nas dioceses e arquidioceses, antes era a nível nacional e regional. Eles são o que o nome diz, responsáveis pela formação continuada e pela espiritualidade. Essas pessoas participaram das 3 etapas completas dos três setores da Pastoral Familiar: o setor pré-matrimonial, pós-matrimonial e casos especiais a dar direcionamento de trabalhos dentro das paróquias”, explica Thelma.

 

 Avaliação

Na visão dos coordenadores arquidiocesanos, o Congresso atendeu as expectativas. “As pessoas estavam com sede de retornarem as suas paróquias com ideias novas, com vontade de ajudar a outras famílias. Tivemos uma cidade que acolheu muito bem a gente, principalmente o pároco, padre Reginaldo, e o vigário, padre Fabiano. A Região Centro é uma região que tem uma certa carência principalmente da Pastoral Familiar e trazer esse congresso aqui ajuda na busca de formações para que eles possam dar continuidade ao trabalho da pastoral”, avalia Marcos Antonio. Ele e Thelma destacam que o próximo passo da Pastoral Familiar é voltar os olhos para o Ano da Família e nunca esquecer que a Pastoral Familiar “não é uma pastoral de casais”.

“O Congresso foi maravilhoso. A palestra do frei me chamou muito a atenção. Ajudará bastante na minha comunidade que trabalha com famílias”, diz Italo Celso, da paróquia do Divino Espírito Santo, em Barbacena. Maria José Pereira, da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, de Porto Firme, já participou de muitos congressos e diz que esse foi um dos que mais gostou. “As palestras foram boas, fiz duas oficinas sobre famílias. Gostei muito”.

 

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