Tendo invocado o Espírito Santo, este se fez presente na 57ª Assembleia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. E sua Luz iluminou os trabalhos, apontando, mais uma vez, para as origens da Igreja: na casa.
A casa abriga o lar, o lugar da acolhida, do amor e da ternura, da misericórdia e do perdão, do rito celebrativo e da partilha da palavra e do pão que precedem o envio na caridade efetivada na missão.
A casa é simples, estilo chalé: tem quatro pilares de padras selecionadas. Dentro dela existe um mundo encantado, repleto de sonhos, de desafios e conquistas...
O primeiro pilar se chama Palavra de Deus, início da vida cristã: “a fé depende da pregação, e a pregação é o anúncio da palavra de Cristo” (Rm 10,17). A palavra e o testemunho dos pais constroem um mundo de paz.
O segundo pilar é o pão: a espiritualidade, a liturgia. A família celebra uma liturgia diária com um ritual próprio: acordar, devantar-se, rezar, fazer a higiene pessoal e a primeira refeição do dia, e sair ou ficar, mas é hora da luta, pois cada dia tem as suas preocupações (cf. Mt 6,34).
O terceiro pilar é a caridade. Relecionar-se com o outro: diálogo e exercício da escuta, no intercâmbio, do amor, compaixão e reconciliação. O cuidado com as pessoas: no início era a família na casa e os pais geraram e cuidaram dos filhos... Eles cresceram e agora cuidam dos pais.
O quarto pilar é a a: tempo para a comunidade. A Igreja que se forma dentro da casa sai para a rua ou pelas estradas, amplia a família. Passa da família-casa para a família-comunidade, a família de Deus (cf. Ef 2,19). A missão está no coração, está no sangue de quem segue Jesus. É o missionário executivo, o missionário político, o missionário professor, o missionário doutor, o missionário agricultor, o missionário motorista, o missionário de vida consagrada, o missionário...
E a Igreja se torna sal e fermento na casa e na comunidade, no trabalho e no lazer, transformando o mundo. Pois, a fé corre nas veias e a ação missionária agiliza, como os nervos, as articulações e o Reino se torna uma realidade (cf. Ef 4,15-16).
O grupo de reflexão continua sendo a melhor escola para uma comunidade eclesial missionária de base. Aí se aprende a ser Igreja com uma missão específica, por causa da fé, construída no conhecimento de Deus, celebrada na unidade e vivida no compromisso transformador da sociedade. Esta é a Igreja idealizada por Jesus Cristo e proposta pela CNBB.
Pe. Luiz Faustino dos Santos