Congresso dos Seminaristas: Dom Leomar ressalta a cristologia da missão

12/07/2019 às 13h57

"Nem Paulo, nem Apolo; nem Bento, nem Francisco – somos todos do único e mesmo Cristo” destacou o bispo auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre (RS), Dom Leomar Brustolin, na conferência "A Igreja de Cristo em missão no mundo", neste terceiro dia do 3° Congresso Missionário Nacional de Seminaristas. Desde o dia 10, seminaristas, religiosos, padres e bispos de diferentes dioceses do Brasil estão reunidos em Santo Antônio da Patrulha (RS). Em sintonia com o Mês Missionário Extraordinário, convocado pelo Papa Francisco, o evento traz o tema “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo” e o lema, de inspiração apostólica: “Sereis minhas testemunhas até os confins da terra” (At 1,8). A ação faz parte das celebrações pelos 25 anos de missão para com a Igreja irmã de Moçambique.

Trazendo um panorama que abrange fé, política, polarização e questões da sociedade atual, o foco da fala apontou para a cruz. O conferencista abordou o fundamento cristológico da missão, partindo da teologia de Hans Ur von Balthasar e de documentos que permeiam desde o Concílio Vaticano II até o Papa Francisco. “A igreja tem uma origem no amor eterno do Pai, mas ela foi fundada no tempo por Cristo e, assim, tem um fim salvador e escatológico”, afirmou.

Nessa perspectiva escatológico-histórica (eterno e temporal), o bispo ressaltou que a tentação é sempre acentuar demais ou o aspecto humano ou o divino – apesar de essa tensão ser própria do Deus que se faz carne. “Sem a cruz, a fé cristã é uma teoria; com a cruz, a fé cristã é salvação. A eternidade está nos campos do mundo”, destacou.

Na era da tecnologia que promete longevidade, Dom Leomar orienta que se a vida não tiver sentido, de nada vale tal expectativa. “Ser profeta hoje é resgatar o sentido da vida”, sublinhou. Segundo o conferencista, o desafio hoje é ser e fazer algo definitivo em meio a essa transitoriedade, pois a missão tende ao que não passará. “Jesus sempre identificou todo o Seu ‘eu’ com a missão, Ele também se abandonou à vontade do Pai”, enfatizou. Por fim, embasado na máxima de São Gregório Nazianzeno – “o que não foi assumido, não foi redimido” –, o bispo exortou os seminaristas para que se assuma o que de fato é cristão.

 

 

Texto: Darlan Schwaab e foto: Patryck Madeira (equipe de comunicação do 3CMNS)


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