A identidade do padre. Este é o tema do Retiro do Clero, iniciado na tarde desta segunda-feira (15), no Seminário São José, em Mariana. Até sexta-feira (19), cerca de 60 padres serão conduzidos a refletir o assunto, sob a orientação do arcebispo de Mariana, Dom Airton José dos Santos.
"Dom Airton está abordando sobre a [Exortação Apostólica de São João Paulo II] Pastores Dabo Vobis, principalmente no que se refere a identidade. Nós nos identificamos nessas três categorias: para o povo, padre; para a Igreja, presbítero; e para o presbítero e a vida da Igreja, o sacerdote", explica padre Magno José Murta, pároco da Paróquia de Cristo Rei, em Ouro Preto. "Essas três palavras nos ajudam a compreender nossa identidade", revela.
Até agora, para o padre Hélio Correia Maia, da Congregação da Missão, que participa pela primeira vez de um retiro do Clero da Arquidiocese, o que mais chamou atenção foi a fala do arcebispo sobre ser chamado de padre. "Ser chamado de padre permite rever qual é a nossa identidade, nossa postura diante da sociedade. E também de perguntar as pessoas o que esperam de um padre porque o padre sai do povo e deve também voltar para lá. É mais um junto deles, para crescer e também ajudá-los a crescer. É recíproco”, considera.
Uma missa e a reza do terço encerraram a noite desta segunda. Na homilia, Dom Airton reforçou a radicalidade necessária para servir a Cristo. “Quanto mais colocarmos diante de Deus, aquilo que nós podemos elaborar, construir, mais seremos despojados para o Reino. Que os nossos passos, que as nossas atividades, sejam cada vez mais sinais desta entrega total a Cristo”, rogou.
Retiro
Na visão de padre Magno, todo e qualquer retiro é um momento de orientação, de fortalecimento na vida espiritual. "É para que nós estejamos com o Cristo, reforçando nossa caminhada no anúncio do Evangelho. Jesus não nos manda evangelizar de qualquer jeito ou sem orientação”, expõe.
Segundo ele, essa busca proporcionada pelo retiro ajuda a preencher a vida espiritual dos presbíteros e permite que eles possam ser o padre que o povo precisa, quer e deseja. “O padre vazio não vai significar tanto”, assinala, recordando que “aquele que não se alimenta, enfraquece".
Assim como ele, padre Hélio define o momento como uma pausa. “É a hora de parar e se retirar para não ficar só no ativismo. Oração e ação devem caminhar juntos”, diz.