Fé e memória: Ato político e religioso marca um ano tragédia em Bento Rodrigues

06/11/2016 às 00h00

Um ano depois do rompimento da barragem de Fundão, familiares das vítimas e atingidos se reuniram em Bento Rodrigues, distrito devastado pela lama, nesse sábado, 5 de novembro, para fazer memória e gritar por justiça. Cerca de 1000 pessoas, segundo a Devesa Civil do município, participaram do ato, entre elas, representantes de 12 países, movimentos sociais e organizações.

Cruzes de madeira para lembrar as vítimas e mudas de árvore foram plantadas como forma de homenagem e manifestação. Um culto ecumênico também foi celebrado.  Durante o ato padre Geraldo Martins reforçou que palavra da Arquidiocese é de solidariedade aos atingidos.

Para Marcos Messias, atingido, o dia foi de relembrar tudo. “Eu nasci e cresci aqui. Voltar a Bento no dia que completa um ano da tragédia e manter vivo as lembranças desse lugar que é tão especial para nós”, afirma.

Padre Geraldo Barbosa, que também acompanhou o ato, conta da importância desse momento. “Celebramos hoje a memória. Ainda há muita coisa para se fazer com os atingidos de Mariana e da Bacia do Rio Doce. Vivemos hoje uma celebração de justiça e de fé. Nessa celebração, com as cruzes que foram ficadas e as árvores plantadas não foi simplesmente uma encenação que lá vivemos, mas uma realidade de dor e sofrimento”, ressalta.

A marcha que saiu de Regência (ES) no dia 30 de outubro e percorreu todo o trajeto da lama foi finalizada durante o ato. A caminhada e atividade em Bento Rodrigues foi organizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), que também promoveu dos dias 3 a 5 o Encontro dos Atingidos na Arena Mariana.


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