Pe. Geraldo Martins
A Arquidiocese de Mariana vive um momento especial de graça de Deus com a aprovação de seu quarto Projeto de Evangelização, ocorrida no mês passado durante sua assembleia de pastoral. Fruto de amplo estudo nas comunidades, paróquias, foranias, regiões e coordenações arquidiocesanas de pastorais e movimentos, o novo Projeto Arquidiocesano de Evangelização (PAE 2016-2020), numa linha de continuidade aos anteriores, vem ratificar o compromisso da Arquidiocese de ser uma Igreja cada vez mais missionária, conclamando cada pessoa batizada a assumir sua vocação de discípulo-missionário de Jesus. Isso está explicito já no versículo bíblico que inspira o projeto: “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho” (1Cor 9,16). Trata-se, portanto, de um compromisso, a um só tempo, pessoal e comunitário.
São duas as principais fontes inspiradoras de nosso novo PAE: a exortação apostólica Evangelii Gaudium (A alegria do Evangelho), do papa Francisco, e as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE 2015-2019). O que nos pedem estes dois documentos? Que nossa Igreja assuma sua vocação missionária com tudo o que isso implica. Que ela se faça pobre a serviço dos pobres, defenda e promova incondicionalmente a vida. Que ela se organize a partir de comunidades vivas, com um laicato maduro e comprometido. Daí, a necessidade de revermos nossas estruturas e ousarmos criativamente na busca de respostas aos desafios que hoje são colocados à evangelização.
Um projeto de evangelização tem, antes de tudo, a função de apontar metas e os caminhos para alcançá-las, assegurando três coisas muito importantes para garantir a eclesialidade: unidade, comunhão e participação. Por isso, ele se torna a referência para o planejamento pastoral de nossas paróquias, coordenações pastorais, movimentos e associações eclesiais e todos os organismos que constituem nossa Igreja particular. Quem desconsidera o PAE, rompe a comunhão e a unidade.
O PAE não é um receituário que traz tudo pronto e mastigado de forma a engessar ou enquadrar nossas iniciativas e experiências de evangelização. Fosse assim, ele se colocaria contra a criatividade, bloquearia a ação do Espírito Santo, protagonista da missão, desrespeitaria a diversidade que caracteriza nossa Arquidiocese e empobreceria a ação evangelizadora que marca a vida de nossas comunidades. Sua tarefa é ajudar nossas comunidades a caminharem na mesma direção, falarem a mesma linguagem e assumirem os mesmos compromissos em vista da construção do Reino de Deus.
Confiamos que nossas lideranças, comunidades e paróquias, todos nos esforçaremos para tornar o PAE 2016-2020 a grande inspiração de nossa pastoral. Pedimos a Deus que o PAE nos faça reencantar pela evangelização, leve-nos a assumir nosso compromisso com os pobres e inspire nossa luta contra tudo que impede o Reino de Deus acontecer entre nós.
