Alegria e esperança

19/12/2016 às 13h36

O tempo do Advento e Natal vem marcado, em nossas celebrações litúrgicas, por duas palavras que nos chamam a atenção, tão singelas, mas carregadas de um dinamismo e força muito grandes: alegria e esperança.

As manifestações de Deus, ao longo da História da Salvação trazem sempre a alegria e um convite a alegrar-se. Isaías, quando profetiza a chegada do Messias, convida o Povo ao júbilo: “Exultai de gozo e alegria, habitantes de Sião, porque é grande no meio de vós o Santo de Israel” (Is. 12, 6); O anúncio do Anjo a Maria é portador de alegria: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor é contigo”. Ao receber a visita de Maria, o Menino pula de alegria no ventre de Isabel (Lc. 1, 41). A mensagem que traz o nascimento de Jesus é alegria: O anjo disse aos pastores, que guardavam o rebanho: ”Não temais, eis que vos anuncio uma boa nova que será alegria para todo o povo: hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor” (Lc. 2, 10-11). Aos seus discípulos, Jesus afirma: “Disse-vos estas coisas para que a minha alegria esteja em vós e vossa alegria seja completa” (Jo. 15, 11).

O Papa Francisco em sua exortação Evangelii Gaudium nos convoca a viver a alegria que nasce da certeza da presença de Deus em nosso meio: “A Alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria” (E.G., nº 1).

Em meio a uma sociedade marcada pelo isolamento, sofrimento, depressão e tristeza, somos chamados a experimentar a alegria que Jesus nos traz e contagiar, com ela, irmãos e irmãs sofredores. É o júbilo que experimentam nossas comunidades, quando vivem o projeto do Evangelho e buscam promover a vida de seus membros: “Eu sou feliz é na comunidade, na comunidade, eu sou feliz”.

Essa alegria vem nutrida pela esperança de dias melhores. Com Paulo, podemos afirmar que “a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm. 5, 5).

É preciso alimentar a esperança que ainda existe em muitos corações e fazer despertar a que está adormecida em outros. Dizer “não” a utopia ilusória dos políticos em época de campanha, que exploram a motivação da esperança, fazendo promessas mirabolantes. “Não” à esperança passiva de quem aguarda de braços cruzados a realização de um milagre transformador. “Sim” à esperança que nos motiva a dar um passo adiante, aproximando-nos da realização do projeto de um mundo mais humano e justo. “Sim” àquela esperança feita de sonhos que transfiguram a realidade e nos levam a transformá-la.

Alegria e Esperança: Duas forças motoras que poderão nos impulsionar nestes tempos difíceis! Espalhar alegria e despertar esperança: Eis a nossa missão do dia a dia!

Pe. José Geraldo de Oliveira


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