Como Maria meditar as maravilhas de Deus

26/12/2016 às 15h46

Côn. José Geraldo Vidigal de Caralho*

No primeiro dia de 2017 o Evangelho nos coloca na companhia de Maria e José e dos pastores que foram pressurosos até Belém encontrando o Menino Jesus reclinado numa manjedoura (Lc 2,16-21). Eles foram fiéis ao anuncio que lhes viera através dos anjos e louvam a Deus.  Maria retinha tudo em seu coração e meditava sobre as maravilhas divinas então realizadas. Belíssima lição para o início de mais um ano na vida de cada um. Na sua munificência o Criador oferece uma nova trajetória na solenidade de Maria, a Mãe do Redentor, o Príncipe da Paz nesta data da Fraternidade Universal. A exemplo de Maria cumpre ponderar a responsabilidade por receber esta dádiva celeste de mais trezentos e sessenta e cinco dias que começam, durante os quais os fiéis são chamados a irradiar a serenidade por toda parte, tocando os corações com uma fé profunda sob a proteção de Maria. Bela missão à qual se deve entregar com denodo para a glória de Deus e bem das almas. Ano por excelência mariano, ressaltando-se, no dia 13 de maio, os cem anos das aparições de Nossa Senhora de Fátima, numa caminhada de perseverança na realização das mensagens de conversão advindas da Cova da Iria. Como outrora Jesus se manifestou aos humildes pastores, Mariao fez a três pobres pastorzinhos mostrando para a humanidade as veredas da justiça que flui do retorno radical para Deus. Adite-se a celebração já tão solenemente preparada dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora no Rio Paraíba por simples pescadores, mostrando também a predileção do Criado para com os simples, os humildes, os pobres. 300 anos de maravilhosas graças para todo o Brasil, ancorado na força do Evangelho, guiado pela proteção da Virgem Aparecida. Maria já no raiar de 2017 a nos mostrar seu divino Filho e a concitar a todos a um ano de maior progresso espiritual, de mais santidade existencial no cumprimento dos deveres cotidianos, na observância constante dos preceitos do Senhor. Passar estes dias numa fraternidade aberta a todos, num apostolado vibrante para que a salvação oferecida por Cristo não se torne inútil aos que se extraviam do bom caminho por Ele traçado. A exemplo de Maria, dando a Deus uma resposta de amor. Maria convida a todos nós a valorizarmos ao máximo os acontecimentos de 2017 à luz do Evangelho. Se ocorrerem as provações enviadas pela Providência divina que ninguém se esqueça de que Deus está sempre no cerne da vida de seus filhos e os ajuda a transformar tudo em méritos para a eternidade. Como bem se expressou São Paulo nada nos pode separar de sua dileção. A confiança na proteção de Maria deve levar a um olhar otimista sobre si mesmo e sobre os outros. Este primeiro de janeiro é um apelo a uma abertura para o futuro que Deus oferece.  Este ano será o que Deus quiser, mas também o que cada um fará colaborando com as graças que Ele oferecerá em abundância aos de boa vontade. Tal o alerta do Apóstolo Paulo: “Nós somos mais do que vencedores por Aquele que tanto nos amou”. Maria e José deram ao Menino o nome de Jesus, que significa o Salvador poderoso em todas as circunstâncias da vida. É preciso nos deixar guiar por Ele, meditando como Maria as maravilhas que há em nosso derredor. Num contexto marcado pela aceleração da História, onde tudo passa rapidamente, será bom refletir a cada dia em nosso coração os acontecimentos de mossa vida. Que nada nos afaste de Deus. Diante de todos está a santa Mãe de Jesus que viveu intensamente sua vocação e executou até o fim sua missão de corredentora da humanidade. Por tudo isto nada melhor do que durante todo este novo ano viver o sábio conselho de São Paulo: “Que vos comporteis de maneira digna da vocação a que fostes chamados, em toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos mutuamente com caridade, pressurosos em manter a unidade do espírito mediante o vínculo da paz”. Então, sim, este será um 2017 venturoso para cada um e para todos que estiverem em nosso derredor. Como Maria saibamos meditar as maravilhas de Deus!

*Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.


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