Neste Ano da Vocação Sacerdotal que estamos celebrando na Arquidiocese de Mariana, motivados pelo Jubileu de Ouro de minha Ordenação Presbiteral, a ser celebrado no dia 15 de agosto, recordamos que, por graça de Deus, além do múnus de ensinar, santificar e apascentar o Rebanho de Cristo, o presbítero é constituído ministro e sinal da comunhão e da unidade do povo de Deus.
Ao falar do relacionamento entre os bispos e os presbíteros, diz o Decreto do Vaticano II sobre a vida e o ministério dos presbíteros: “Todos os presbíteros participam de tal maneira com os bispos no mesmo e único sacerdócio e ministério de Cristo que a unidade de consagração e missão requer a sua comunhão hierárquica com a Ordem episcopal. Esta comunhão se manifesta de modo perfeito, por exemplo, na concelebração litúrgica, quando, juntamente com os bispos, os presbíteros celebram o banquete eucarístico. Portanto, pelo dom do Espírito Santo dado na sagrada ordenação, os bispos tenham os presbíteros como necessários cooperadores e conselheiros no ministério e múnus de ensinar, santificar e apascentar o Povo de Deus /.../. Os presbíteros, tendo presente a plenitude do sacramento da Ordem recebido pelos bispos, reverenciem neles a autoridade de Cristo pastor supremo. Adiram ao seu bispo com caridade e obediência sinceras. Esta obediência sacerdotal em espírito de cooperação fundamenta-se na própria participação do ministério episcopal conferida aos presbíteros pelo sacramento da Ordem e pela missão canônica” (PO 7).
O mesmo documento do Concílio Vaticano II insiste sobre a união dos presbíteros com os seus bispos, pois, em nossos dias, ela se torna ainda mais necessária por causa da variedade de iniciativas levadas adiante pela multiplicidade das pastorais específicas e dos vários movimentos eclesiais que, muitas vezes, ultrapassam os limites paroquiais e até diocesanos. Assim, nenhum presbítero pode realizar sufi cientemente sua missão, isoladamente, mas só num esforço comum com os outros presbíteros, sob a direção dos que estão à frente dá Igreja.
Como é belo perceber a união e a cooperação fraterna entre os padres da Arquidiocese de Mariana. Isso é uma bênção! Temos que agradecer a Deus por ter concedido à nossa Igreja particular um clero numeroso e unido. Para isso, muito colabora o fato de que a quase totalidade do nosso presbitério é originária da própria Arquidiocese e formada no mesmo Seminário. A esse respeito são sempre iluminadoras as palavras do Concílio Vaticano II, no documento Presbyterorum Ordinis: “Os presbíteros estão unidos entre si numa íntima fraternidade sacramental. Especialmente na diocese a cujo serviço estão consagrados, formam um só presbitério. /.../. Embora ocupados em diferentes obras, exercem o mesmo ministério sacerdotal a favor dos seres humanos. Todos têm uma só meta, isto é, a edificação do Corpo de Cristo. Por isso, é da máxima importância que todos os presbíteros, diocesanos ou religiosos, se ajudem mutuamente, para que sejam sempre cooperadores da verdade. Cada membro do colégio presbiterial está unido aos outros por laços especiais de caridade apostólica, de ministério e de fraternidade. Isto mesmo, desde tempos remotos, é significado liturgicamente quando, na ordenação sacerdotal, os presbíteros presentes são convidados a impor as mãos, juntamente com o bispo ordenante, sobre o novo eleito, e bem como quando concelebram a sagrada Eucaristia. Cada presbítero se une, pois, com seus irmãos por vínculo de caridade, oração e ilimitada cooperação, e assim, se manifesta aquela unidade na qual Cristo quis que os seus fossem consumados, para que o mundo conheça que o Filho foi envia- do pelo Pai” (PO 8).