Vida para ser vivida em liberdade – um mundo sem prisão

27/04/2017 às 09h48

De 21 a 23 de abril realizou em Iapu, Diocese de Caratinga, o 19º encontro da Pastoral Carcerária do Leste 2. O assessor Alessandro Gallazzi desenvolve o tema “Vida para ser vivida em liberdade” com o lema” um mundo sem prisão”. Nossa diocese foi representada por dezessete agentes, que não medem esforços para estar presentes nos encontros de formação e reuniões.

Já está provado que o sistema carcerário em nosso país é insuportável. Celas superlotadas, situações degradantes, em que as mulheres sofrem mais, a maioria pobre, negra e jovem, entre outros problemas angustiantes e dolorosos.

Celebrava na sexta feira, 21 de abril, na comunidade Vila Aparecida, com os participantes acolhidos pela dona Lourdinha, uma senhora pobre, simples, humilde, mulher, mãe e avó, guerreira e vencedora. Antes da missa conversávamos sobre o 21 de abril, as manifestações em Ouro Preto, a greve geral do dia 28 de abril, as prisões de gente rica como políticos e empresários. Uma das participantes disse que prisão não resolve e que a pena para os ricos seria devolver o que roubaram e aí, acrescento, trabalhar o resto da vida sem receber salário, além de outras medidas sócio educativas.

Quem está por trás dos traficantes? Que educação tiveram e têm os pedófilos e estupradores? O que leva uma pessoa a depredar o patrimônio público? E os assassinos e ladrões? Este é o perfil da maioria que está trancafiada em nossos presídios. Os empresários e políticos são a minoria e muitos estão em alerta geral devido às delações premiadas. Se cadeia, ou prisão resolvessem, diminuiria o número dos detentos e apenados, não haveria campanhas para a redução da maioridade penal, os investimentos iriam para as necessidades certas e as construções verbais não ficariam no tempo imperfeito.

A questão é muito mais séria e os agentes da pastoral carcerária, em todo o Brasil, defendem um mundo sem prisões. Parece uma utopia, mas precisamos dela para seguir adiante. Utopia não é um lugar inatingível, mas um ideal a alcançar. Ninguém nasceu para ser escravo, ou ficar preso. “É para a liberdade que Cristo nos libertou” ( Gálatas 5,1) e o apóstolo continua, “permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente ao jugo de escravidão” ( Gl 5,2). Os discípulos autênticos seguem o mestre e o Mestre dos mestres morreu, inocente após um julgamento injusto, identificou-se com os presos e veio ao mundo para que todos tenham vida e a tenham plenamente (Jo 10, 10).

Qual mestre estamos seguindo? Com quem nos identificamos? Por que e para que viemos a este mundo? Vivamos em liberdade, combatamos todo tipo de prisão, busquemos viver a vida plenamente.

Pe Geraldo Barbosa


Voltar

Confira também: